VIII COLÓQUIO INTERNACIONAL
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JOANA SERRADO |
Sinopse |
Joana de Albuquerque/ Joana de Jesus (1621-1680), uma monja Cisterciense de Lorvão e das Bernardas Descalças em Lisboa, da qual sobreviveu uma auto(hagio)biografia mística. Na senda intelectual e espiritual de Teresa de Ávila, e quiçá preparando terreno para um quietismo setecentista, Joana de Jesus foi considerada por Sílvio Lima, em Amor Místico, como "um dos maiores expoentes do teo-erotismo português". A edição, tradução e reflexão histórico-hermenêutica da sua obra em diálogo com a teologia feminista contemporânea constitui a base desta investigação de doutoramento na Fac. de Teologia da Universidade Estatal de Groningen (The Quiet Ecstatic Existence of Joanna de Jesus. Mysticism and Philosophy in the Seventeenth Century Portugal ver http://www.rug.nl/ggw/faculteit/medewerkers/phd/08js ). Nesta comunicação gostaria de me debruçar sobre a construção da masculinidade nas visões místicas da autora. A humanidade qua femina interage e não se contrapõe com a divindade qua masculina que recita. Mas como se compreende a subjectividade nesta dinâmica de (co)operação de géneros? Como é que a experiência visual e espiritual se torna sexual e gnoseológica (e, consequentemente, pública e política). Como é que a escrita e o (ir)reconhecimento da obra de Joana se relaciona com a sua construção da santidade e de transformação da masculinidade? Como é que a condição masculina/ feminina se torna uma situação existencial da subjectividade " feminista"? A partir de leituras de Battaille, Simone de Beauvoir, Michel de Certeau, Donna Haraway, Rosemary Ruther Radford, Judith Butler, Amy Hollywood, e atravessando pelo controverso conceito de "écriture féminine" de Irigaray e Cixous, tentarei esboçar os esforços setecentistas de um pensamento vernacular sobre a masculinidade desenvolvidos por esta mística portuguesa até agora ignorada. |
Joana Serrado (1979) estudou Filosofia e Neerlandês em Coimbra, Berlim (2001) e Porto, especializando-se em filosofia medieval com a tese de mestrado "Minnen:varen:verwandelen. Amar: Experienciar: Transformar. Três Verbos Místicos em Hadewijch de Antuérpia" (2005). É bolseira da F.C.T. e actualmente doutoranda na Univ. de Groningen. Participou em diversas conferências sobre a mística das Beguinas na Univ. de Porto, Coimbra, Arizona, Uppsala, Metz, Roma3, Palermo. É membro do Associação Internacional de Filósofas, Sociedade Europeia Teólogas Feministas, Sociedade Internacional Filosofia Medieval, Gabinete de Filosofia Medieval, Sociedade Portuguesa Filosofia Medieval. Escreveu Tratado de Botânica (Menção Honrosa Honrosa Daniel Faria, 2006) e prepara o livro-poema bilíngue Emparedada/Unit de Muur (Hendrik de Vriesstipendium 2008, Holanda). tratadodebotanica@gmail.com |
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