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ALGUMAS LENDAS DA REGIÃO DE LAMEGO, em especial de mouras encantadas Coligidas por Fernanda Frazão |
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A lenda deAlcanides |
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Esta lenda vem, de alguma forma, complementar a anterior e revela também uma grande carga simbólica. « Em muitas noites, noutros tempos, nos céus de Lamego, quando não havia o clarão da lua cheia, podia ver-se pairando sobre o castelo da cidade uma alva pomba que inebriava de suave aroma todo o ambiente. Era a alma de Alcanides, a irmã colaça de Ardínia. Aquela, prodigiosamente, teria salvo agarenos em difícil empresa. Estes haviam enterrado na capela de Nossa Senhora da Paz a imagem desta Senhora. D. Tedo (ou Telon), que teria jurado vingar a morte de Ardínia, mandou colocar a imagem de Nossa Senhora numa balança e exigiu o seu peso em prata. Por mais metal precioso que os mouros deitassem no outro prato, a balança não se equilibrava. Pedida a intervenção de Alcanides que estava presa nas masmorras do castelo, como cúmplice na fuga de Ardínia, logo a presença daquela teve a arte de fazer equilibrar a balança e, assim, foram libertados os reféns de D. Tedon. Ela não quis a libertação que lhe foi oferecida. Após a morte a sua alma passou a pairar sobre o castelo sempre que não havia luar.» Ferreira, Manuel dos Santos da Cerveira Pinto – O Douro no Garb Al-Ândalus: a Região de Lamego durante a Presença Árabe. Dissertação de mestrado em Património e Turismo. Universidade do Minho, 2004, p. 80. http://hdl.handle.net/1822/3001 |
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