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8ª BIENAL INTERNACIONAL
DO LIVRO DO CEARÁ |
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O desafio da Bienal |
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Fonte: Jornal DIARIO DO NORDESTE http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=584732 Data: 2008-10-29 |
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O desafio da Bienal Hoje, Dia Nacional do Livro, o Caderno 3 debate a Bienal Internacional do Livro do Ceará, em sua oitava edição. Os curadores respondem as críticas ao evento Hoje, Dia Nacional do Livro, foi a data escolhida para o lançamento oficial da VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, que acontece entre os dias 12 e 21 de novembro, no Centro de Convenções do Ceará e na Universidade de Fortaleza (Unifor). O evento, um café-da-manhã marcado para as 9 horas, acontece na Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, principal casa de leitura da Secretaria da Cultura do Estado (Secult), promotora da ação. A secretaria espera atrair para a Bienal um número próximo de 750 mil visitantes. O acesso ao Centro de Convenções e às participação das atividades será feito a partir de doações de livros. Datas à parte, o fato é que a Bienal do livro de 2008 já existe bem antes disso. E a discussão segue a toda, ainda que o momento seja de fazer ajustes e preparativos para o que já foi planejado e acertado. "A aventura cultural da mestiçagem" é o tema, que confirma o discurso do secretário Auto Filho. Desde que assumiu a secretaria, Auto anunciou sua intenção de fazer uma gestão em que o livro teria um papel central, através de parcerias com outros países da América Latina. Na curadoria, o trio formado por Floriano Martins (poeta, tradutor, ensaísta e editor) e os representantes da secretaria, Jorge Pieiro e Karine David, coordenadores das políticas do livro e da leitura da Secult. A princípio, apenas o nome de Floriano Martins era citado como curador. Jorge Pieiro explica que a curadoria tríplice já era uma realidade na Secult desde que começaram os trabalhos para a Bienal. "A relação com a América Latina, que está contemplada no tema da Bienal, está de acordo com o que estava previsto no plano plurianual do Governo do Estado, que fala de estreitar relações culturais com estes países. Nesse, sentido, o Floriano é bom nome pois ele tem um trânsito bom pela América", comenta o escritor Jorge Pieiro. O poeta seria um "curador geral", responsável por pensar e sugerir os nomes de instituições e pessoas a ser convidadas. |
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Idéias e ações "Queríamos estabelecer um plano conceitual para Bienal para que sua própria estrutura não ficasse esfacelada, dispersa", explica Floriano Martins. Com esta proposta, se chegou a uma articulação entre as duas comunidade lingüísticas que compõem o território latino-americano. O passo seguinte, de acordo com o curador da Bienal, foi "descobrir elementos comuns (entre as duas) e aqueles que deveria ser comuns e que se perderam ao longo da história". "Isto norteia a estrutura. Apesar de, tecnicamente, ela ser a mesma: mesas de debate, estandes de vendas, leitura de poemas... A questão era como preencher isso tematicamente, pensando nas relações mantidas e perdidas no processo histórico", detalha. A resposta para esta questão foi, segundo Pieiro e Floriano, "arriscada". O "risco" que a Bienal decidiu correr foi trazer uma lista de convidados que, em parte, deve soar inédita ao público. Os convidados estrangeiros são cerca de 70, vindos de países africanos, europeus e sul-americanos. "É possível que haja encontros entre editores e autores que são, de certa forma, desconhecidos aqui. O Estado passa a ser o que fomentou o conhecimento de quem era desconhecido", afirma o curador Jorge Pieiro. "Parte da imprensa reporta-se ao fato de que estamos empenhados em, de alguma forma, fazer uma 'bienal dos desconhecidos'. Não se trata evidentemente disso. Nós não podemos, em circunstância alguma, ser penalizados pelo fato destes autores serem desconhecidos para nós: eles são excelências em seus países, são componentes representativos da cultura de seus países", argumenta Floriano Martins. O poeta afirma que não houve boicote "contra os grandes nomes de mercado". "Quando calhou desses nomes atenderem a isso (o projeto da Bienal), eles foram convidados. Por exemplo, se pensarmos na representação de Angola, vamos ter um nome bem conhecido - que é o Agualusa, que é dono de uma editora (a Língua Geral). Ele não está aqui por ser um nome conhecido, mas pelo que desempenha dentro deste processo conceitual". Poderia-se pensar, ainda, em outra dificuldade: o que tais autores podem oferecer ao grande público. Boa parte deles é inédita no Brasil e carece de tradução para o português. "Se formos manter este raciocínio, estes autores jamais serão publicados em lugar nenhum. Estamos conscientes do risco, mas procuramos minimizá-lo", defende Floriano Martins. A idéia de minimizar os riscos, de acordo com o curador, se traduz em ações como a Ilha dos Continentes, na qual 80% dos autores estrangeiros serão contemplados; sala de vídeo, com documentários sobre alguns destes escritores; além das rodas de poesia e prosa. Formação Uma das linhas de ação para a atual Bienal do Livro 2008 é a reformulação da participação dos estudantes no evento. A curadora Karine David ficou responsável pelo setor. "Fiz uma pesquisa e constatei que havia muitos problemas nesta área", conta. Entre os problemas, o descompasso entre o tamanho da Bienal e o número de escolas na Capital - segundo ela, cerca de 2.200, entre públicas e particulares. "Fizemos um levantamento para ver quantos alunos caberiam. Chegamos ao número de 40 mil", revela Karine. Pensando nestes números, a secretaria realizou um seminário com os educadores, no sentido de conscientízá-los e ampliar a participação dos jovens. DELLANO RIOS |
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VIII BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ Secretário de Cultura Curadoria Geral Osiel Gomes Dias Junior [CODAC] ● osiel@secult.ce.gov.br |
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Agulha - Revista de Cultura http://www.revista.agulha.nom.br/ |
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