UM PURO FRÉMITO DE ALMA SACUDIDA...
Epistémia (1), o que é... «sabedoria»?
Troca senil por falsa juventude,
— de Margarida ter o amor que ilude,
ser novo Fausto, que outro céu não queria...?
Se alguma eu tinha, onde está a valia?
Zoilos (e maus), o insulto torpe (e rude)
— sempre escarnindo, que não fiz nem pude
o que «eles» conseguem sem o que eu sabia...
Prefiro a tua conversão celeste...
Bem hajam as mãos que hoje me estendeste
num puro frémito de alma sacudida!
No meu deserto (que alimento é este?),
grãos de maná, as águas que bebeste,
- a «Carne» e o «Sangue» que me deram a Vida!
Ecos da Meadela, 9 (12), Novembro 1992 |