encontras-me no silêncio das esquinas
entre palavras que nos escrevem.
encontras-me nas flechas que se atravessam
nos açoites mínimos nos gestos de destino
estarei na primavera com um cravo lúcido na boca
a gritar o nome da praia nómada em que me perdi.
serei a flor violenta ausente o vento o sangue
serei a espuma que por ti rebenta
e se mais não for diz ao mundo
que ninguém ouve
o que se sente é escuro humana é a noite
onde há sempre uma palavra pronta a acariciar um punho. |