II BIENAL DE POESIA
SILVES. 2005 |
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Só uma metaciência nos pode dar o pensamento poético.
E há uma Ignorância Superior em toda a metaciência.
(...)
Ainda:
Se Pedra e Pedreiro são inseparáveis,
Poema e Poeta inseparáveis são.
A Poesia vive da busca de uma fulguração - um instante. Preside à sua Origem o mistério. |
mas o que é a poesia? |
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assim de frente
ao espelho
eu tu
ut ue
por dentro
ous
sou
na vida an adiv na morte an etrom
de frente
sem
tempo
tu ut
ue
Um
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II Bienal de Silves
(poema encenado pelos actores do TEATRO DA ESTRADA)
(23-04-2005) |
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Em Abril Dilacerado
em abril dilacerado
era uma vez uma voz
que habitava uma casa
e dentro desta casa
habitava uma menina sem voz
e dentro da menina
uma cidade sem janelas
e dentro da cidade
uma guitarra enorme
era um país sem asas
um país sem norte
um país sem casas
um país sem voz
e tudo o que nos mata
a palavra cobre
e tudo o que nos move
a palavra ata
e todos os jardins
foram arrancados
por causa da memória
deste país tão pobre
era um país sem asas
um país sem norte
um país sem casas
um país sem voz
e as lágrimas da menina
engoliram a cidade
em abril dilacerado
com arames em volta
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Procuro Não em Vão |
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procuro não em vão
no interior
da
página
a sua casa
de
música
ar
den
te
de solidão aquática
ou tão só um diamante d'água. |
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Maria Azenha Nasceu em Coimbra em 29 de Dezembro de 1945. Licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra.
Exerceu funções docentes nas Universidades de Coimbra, Évora e Lisboa e em escolas secundárias. É actualmente professora de Matemática na Escola de Ensino Artístico António Arroio. |
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Representada em diversas antologias:
Destaque para as obras: Folha Móvel (Edições Átrio, 1987); Pátria d'Água (Edições Átrio 1991); A Lição do Vento (Edições Átrio, 1992); O Último Rei de Portugal (Fundação Lusíada, 1992); Concerto Para o Fim do Futuro (Ed.Hugin,1999); O Coração dos Relógios (Edições Pergaminho, 1999); P.I.M. (Poemas de Intervenção e Manicómio) (Universitária Editora, 2000). |
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SILVES, CAPITAL DA PALAVRA ARDENTE |