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II BIENAL DE POESIA
SILVES. 2005 |
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LUÍS SERRANO
O que é a poesia? |
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As Árvores Crescem |
As árvores crescem
ouço-as respirar
quando o crepúsculo
desce
no estremecimento sem fim
dos primeiros pássaros
depois é o sono
a pedra nocturna
dos anjos
essa vaga caligrafia
de sinos submersos
sob as pálpebras
percursos tão vários
do esquecimento
in Nas Colinas do Esquecimento, 2004 |
As Casas Morrem |
As casas morrem
lentamente
sobre a água
ou escondem-se
sob a luz mítica
da madrugada
vejo-as desaparecer
transformarem-se
na sua memória
serem a dor adormecida
de outras casas
de outras águas
in As Casas Pressentidas, 1999 |
Algumas Palavras 1 |
Algumas palavras
Entram pelo outono
anoitecidas
rasas
são palavras
que se esgotaram
por entre o que sobra
das lides domésticas
nada mais esperam
do que a água
as mós do silêncio
a pedra
in As Casas Pressentidas, 1999 |
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Luís Serrano nasceu em Évora em 1938. Licenciado em Ciências Geológicas (UC), foi investigador da Universidade de Aveiro de 1975 a 2001. Foi um dos fundadores da Revista de Poesia Êxodo (1961). Tem colaboração dispersa em diversas páginas literárias e nas revistas Vértice e Letras e Letras. Está também representado em várias antologias. Publicou Poemas do Tempo Incerto (Vértice, 1983), Entre Sono e Abandono (Estante Editora, 1990), As Casas Pressentidas (edição de autor, 1999 uma das obras premiadas com o Prémio Nacional Guerra Junqueiro) e Nas Colinas do Esquecimento (Campo das Letras, 2004) |
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SILVES, CAPITAL DA PALAVRA ARDENTE |
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