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II BIENAL DE POESIA
SILVES. 2005 |
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AS PORTAS QUE ABRIL ABRIU |
AS ESCOLHAS DE
CARINA INFANTE DO CARMO |
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De súbito, desceu um bando de aves vermelhas,
Caídas da lua que todas as noites alguém assassina,
e poisou nos troncos das árvores
com agudeza de lança masculina.
E todos vimos
Que com os seus bicos de tecer fogueiras
as aves cortavam as asas acesas
no sangue dos astros,
para as deixarem
livres e presas
nos mastros...
Bandeiras.
José Gomes Ferreira, Maio-Abril 1968-1975 in Poeta militante III (1978)
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Revolução |
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
27 de Abril de 1974
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Nome das Coisas (1977) |
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Quando a Harmonia Chega |
Escrevo na madrugada as últimas palavras deste livro: e tenho o coração tranquilo, sei que a alegria se reconstrói e continua.
Acordam pouco a pouco os construtores terrenos, gente que desperta no rumor das casas, forças surgindo da terra inesgotável, crianças que passam ao ar livre gargalhando. Como um rio lento e irrevogável, a humanidade está na rua.
E a harmonia, que se desprende dos seus olhos densos ao encontro da luz, parece de repente uma ave de fogo.
Carlos de Oliveira, Terra de Harmonia (1950) |
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Carina Infante do Carmo
Assistente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve. Mestre em Literatura. Prepara Doutoramento sobre José Gomes Ferreira. Publicações: «Adolescer em clausura. Olhares de Aquilino, Régio e Vergílio Ferreira sobre o romance de internato» (Universidade do Algarve / Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, 1998). Artigos dispersos em livros e revistas como «Colóquio / Letras», «Vértice», «Escritor», «Questão».
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SILVES, CAPITAL DA PALAVRA ARDENTE |
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