CARTAS DO NATURALISTA ROSA DE CARVALHO José Maria Rosa de Carvalho era advogado, mas dedicou quase todo o tempo ao naturalismo. Vivia na Quinta do Espinheiro, nos arredores de Coimbra. Coligiu nessa zona muitos animais, alguns dos quais deram lugar à criação de novas espécies para a ciência, como Chioglossa lusitanica (Amphibia : Chioglossidae) e Arvicola rozianus (Mammalia : Rodentia), ambas descritas por Bocage. Se bem que não esteja explícito o destinatário, as cartas foram na maior parte dirigidas a J.V. Barboza du Bocage, político e mais importante zoólogo português do século XIX. Em 1858 fundou o Museu de Lisboa, cuja secção zoológica ainda em sua vida passou a chamar-se Museu Bocage (faz parte do Museu Nacional de História Natural, na Politécnica, em Lisboa). As cartas pertencem ao Arquivo histórico do Museu Bocage, as cotas vão de CN/C-11 a CN/C-44 e a ordem por que aparecem é a da catalogação, bem como é o número de catalogação o que nomeia a file. Desenvolvi as abreviaturas (a mais persistente, "A. do C.", fecha as cartas, entendia-a como "Amigo do coração) e actualizei a ortografia, com excepções. As singularidades gráficas e gralhas foram respeitadas, caso da hibridação de nome vulgar e científico das espécies, p. ex., Tutinegra atricapila (Sylvia atricapilla, toutinegra). Para efeitos de identificação das espécies, dou em nota o seu nome actual, quando o encontrei nas obras que figuram na bibliografia. Está em linha a minha comunicação ao IV Colóquio Internacional Discursos e Práticas Alquímicas, com base na epistolografia rosiana: "Cartas de Rosa de Carvalho : há uma ciência maçónica?". Maria Estela Guedes ÍNDICE
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