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::::::::::::::::::::Pedro Proença::::
O IRRECONHECÍVEL
Soneto XIII

O instinto é um feitiço que conhece seu cavaleiro.

Amou através da ironia do caranguejo outro tipo de velocidades.

Uma ética al dente.

Pressões da raiva em oculta bílis.

A que repousadamente corresponde com gemidos.

As afeições afiam-se em mim, e ditam uma confiança que será gloriosa como os parenteses.

A que se esparrama a meu lado, ninfa cega de sonetos ainda mais eróticos.

O que o gemido assegura é a correspondência entre patéticas ocultas de corpos diversos.

A minha maleita encontra-se avante e a dita cuja alegria faz crochet no quintal.

Possa alguém desculpar as ofensas lentas que trazemos coladas ao peito – são estas mediocres autojustificações que nos insultam e nos agravam... desesperadamente.

Constrois as tuas complexas convicções qual toupeira.

Quem é que amuralha e amealha a minha mansidão canalha?

O não retorno é um combinado que afixa nenhuma necessidade.

Quando me montas ou te monto, cavalgamos no vento ou no ventre?