PEDRO PROENÇA: HELIÓPOLIS
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Admitir fronteiras onde o choque é para aboli-las (o possível para o impossível; a realidade (principio metafórico) para o imaginário (metáfora de metáfora); o Céu para as Terra ; etc)

Fitando o Nada a questão pertinente pus - levará a coisa algo o percurso este?

Profundo lugar. Estranha flores (de naves). Nas margens havia trogloditas homossexuais, serpentes e plantas carnívoras. Uma escada de água como laboratório de ferreiro. Uma arquitectura de limites.

Pelas ruas os tensos dedos, palpitando rendas/dançando rosas: enclausurada possibilidade?

De quê?

(eu apenas faço perguntas - sou o perguntador)

Imobilizado pelo vinho. Ogivas. Baterias sustendo arcos de catedrais. Colunas onde o movimento sacro é assinalado em formas. Olhei a decadência: o Levante está cortado; uma guerra intestinal sentou-se.

- não vais deixar que o sargaço cubra os Continentes e os Mapas?

- Circe, não! O farol está aceso, hipnotizando todo o litoral. É o sexo que o mar arruiva!

Olhos glaucos. Conas de espuma. Acolá corvos. E pombos mortos pelas faíscas. O palácio em chamas. O DESEJO TEM A SUA SINTAXE EM MARCHA.

No Hímen mágico da maturação.

Direi as coxas no nevoeiro, o sílex intenso da unidade, o púbis secreto do Deus total:

- para Ítaca

(mas Ítaca é aqui - os galgos tremem)

www.triplov.com / 11.11.2003