Apetece-me chamar-te Estrangeiro mas não te sigo é madrugada agora e diluo-me de te não ter Das janelas dos teus olhos nasceu uma vela branca e a tua língua escorreu uma gaivota Os teus braços desfraldaram mares de espuma e um medo azul ancorou-me a este cais onde acenas sem partir Amanheceu e eu já não sou | DesApontamento Anticiclone húmido da cinza de nuvens púdicas e veladas sibilinas gaivotas em presságios volantes volatilizando exíguas almas em exaustão à Bélgica pelo Atlântico chega britânico brumoso penetrante e perverso constante na instabilidade anticiclone de sol ausente de pardo céu remissível desamparado em cérula reminiscência |
Sensações Nebulosas Quando o céu se eleva em Bruxelas esquecemos esse outro céu baixo tão baixo que nos traz de rastos prostrados e perdoamos-lhe a cor humilhante de cinza rasa e esse canal enforcado em dia de um céu tangente no país plano tão plano de Brel | E o mês de Abril e o pasmo sobre as flores finadas já do meu porvir antes do maio do que me resta é em abril que um olhar glauco meu se pousa em mim e nas coisas e um pasmo ressentido me devolve ao maio de flores finadas de flores por vir a um abril de verdes aflorados pressentidos só de um maio já chegado pasmado agora de sensações verdes nos meus sentidos é abril e eu resto de presentes entremeados ou espaços de mordaça em maios que se me escapam |