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O REVORVE DO TROPEIRO
Piriska Grecco

Seu Delegado eu vim trazer meu revorvinho,

Que eu ganhei do meu padrinho

Quando me tornei rapaz.

Há 30 anos mora na minha cintura, Escorando a lida dura

De tropeiro e capataz.

Com esse revórve nessas volta do destino

Já salvou muito teatino de apanhar sem merecer,

Botou respeito sem precisar falar grosso,

Com ele muito arvoroço

Não deixei acontecer.

Mas deu no rádio

Que ninguém pode andar armado,

E no rumo do povoado

Eu vim tirando a conclusão,

Que eu fiquei louco ou não entendi a notícia,

Pois pensei que a polícia

Desarmava era ladrão.

"Ô mundo véio, que tá virado,

Seu Delegado, preste atenção:

Vê se devorve o revórve do tropeiro,

Vai desarmar desordeiro

E deixe em paz o cidadão!"

"Ô mundo véio, que tá virado,

Seu Delegado, preste atenção:

Vê se devorve o revórve do tropeiro,

Vai desarmar desordeiro

E deixe em paz o cidadão!"

Seu delegado, se um ladrão bater na porta

Devo fugir pela outra?

Me "arresponde", sim senhor!

E se um safado me desrespeitar uma filha,

Quem vai defender a família

Do homem trabalhador?

É muito fácil desarmar quem é direito,

Quem tem nome e tem respeito,

Documento e profissão,

Muito mais fácil que desarmar vagabundo,

Desses que anda pelo mundo fazendo mal-criação.

Pra bagunceiro

O País tá encomendado, povo tá "desdomado"

E quem manda faz que não vê,

Nosso governo,

Quem tem que prender não prende,

Não vigia, não defende

Nem deixa ser defender!

"Ô mundo véio, que tá virado,

Seu Delegado, preste atenção:

Vê se devorve o revorve do tropeiro,

Vai desarmar desordeiro

E deixe em paz o cidadão!"

"Ô mundo véio, que tá virado,

Seu Delegado, preste atenção:

Vê se devorve o revorve do tropeiro,

Vai desarmar desordeiro

E deixe em paz o cidadão!"

"Vê se devorve o revorve do tropeiro,

Vai desarmar desordeiro

E deixe em paz o cidadão!"