Paulo Brito e Abreu.........

Desalento

«Em verdade, em verdade, vos digo, que se o grão de trigo, ao cair na terra, não morrer, fica infecundo; mas, se morrer, produz muito fruto.»
Evangelho Segundo S. João

Aos Irmãos de Shambhala

  Poesia, que me levas, já cansado,

Por lamacento vau, que o vento cobre,

Me leva ao Sol sidéreo e verde prado,

Até ao fim do mundo, que eu sou pobre.

 

Poesia, que me levas, tão dolente,

Por becos mais amaros, e sangrentos,

Me leva ao mar e Céu, que o Paulo sente

Finarem-se, tão flébeis, valimentos.

 

Poesia, que me levas, sempiterna,

Até ao violáceo, e negra Sorte,

Venha cedo o Azul e a cisterna,

Venha cedo, bem cedo, a verde Morte.

 

Vila Franca, 05/ 03/ 2005

 

COOPERATORES VERITATIS  

PAULO JORGE BRITO E ABREU

 
2010