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A magnólia

A porta aporta

Difícil Poema de Amor

As sofridas amoras

A quem se interesse

As casas vieram de noite

Venho de dentro, abriu-se a porta...

Poema quase epitáfio

 

Luísa NETO JORGE
A Magnólia (selecção de poemas)

AS CASAS VIERAM DE NOITE

As casas vieram de noite
De manhã são casas
À noite estendem os braços para o alto
fumegam vão partir

Fecham os olhos
percorrem grandes distâncias
como nuvens ou navios

As casas fluem de noite
sob a maré dos rios

São altamente mais dóceis
que as crianças
Dentro do estuque se fecham
pensativas

Tentam falar bem claro
no silêncio
com sua voz de telhas inclinadas

(In: Os Sítios Sitiados, Plátano, Lisboa, 1973)

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