Estar exposto é
assim
Vísceras e
moelas e pescoços
E fraturas de
vida
Tudo exposto,
aberto,
Às moscas
Ao espanto
Às mostras
De quem quiser
Olhar
Pedir
Viver
Enfim,
Tudo nesse
grande balcão sujo
Da vida
A vida é mesmo
um grande boteco
Sujo,
maltrapilho e fudido
de todo
Infectamente sujo
E eu com tudo
isso à montra
Sem saber quando
me ver
Quem me vir
Ou mesmo
quando
vitrinamente
devo
morrer
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