Oh, George!
Andaste então à pesca no meu
país de marinheiros
de mamosas e mamonas
do triplo-salto às alturas
das melhores literaturas
em ortografia portuguesa
antiga
tão em voga.
Oxalá tenhas cantiga
para novo cometimento
o de abordares a mamada
noutro texto exemplar
excluindo claro a miúda
do amante de domingo
da Lucas,
a personagem só queria
no fiofó
ou em disponível átrio
vizinho
o êmbolo do truca-trucas
mas na boca, nunca, nunca.
Oh George! Chuta para fora de
campo
epígrafes inócuas
como a que encimas
o teu brilharete
litero-mamático
(com o que é que aquilo tem a
ver?)
como tudo ficaria perfeito
sem a dita cuja
mesmo assim obrigado, pá,
trata mas é
de deitares cá para fora
outros saberes
dos sabores da grande
livralhada
a mim não enganas tu, meu
leitor compulsivo
de prosas e versalhada
das plumas da lusa escrita
tens a escola toda e ainda
bem, George.
Urge –te outro feito
exaustivo,
como este a que deste rosto e
volume
até ficares com olheiras
que restaure a competência
das lendárias pintelheiras
outrora só acessíveis à
gaiatada
nas colecções de retratos
contrabandeadas
aos fotógrafos à la minute
(guardo saudades, confesso,
do icónico triângulo piloso
da querida Edwige Feneche dos
filmes italianos picantes
dos anos setenta).
da Velho da Costa das Casas
Pardas
há mais odor corporal que
outra coisa
na vertente físico-hidráulica
(“esta gente está toda
diurética”)
mas sempre restará de reserva
o pentelho político do
ex-ministro Catroga
(espera, este não é para aqui
chamado)
entretanto deixo a minha
vénia ao Miller (o Henry)
ao chamar lula morta a um
pélvis feminil careca
aplicável à cara
de alguém do teu ensaio
cujo nome se me sumiu na
memória, às súbitas.
Deve ser da idade, estas
brancas não pedem licença
surgem fulminantes,
humilhantes, e já está.
O teu charmoso jogo de damas,
de mamas, corrijo,
foi uma pedrada no charco,
com perdão do novelista, o tal que as
preferia de “seios pequenos e
duros” e a quem roubei o título.
Parte para nova aventura
George, há mais mundos (outro roubo)
no meu país de marinheiros.
Mas esta das mamas, meu caro,
já foi uma safra e tanto.
Gostei.
E ainda dizem não haver
horas felizes
no meu país de marinheiros
(Um dos culpados foi o
teu amigo do Só,
era mesmo infeliz o pobre)
Eu bem te aviso George: em
águas territoriais
há muito por explorar
quanto à arte de mamar.
Tanto mar (terceiro e último
roubo).
Não desistas, pá. Vai para
casa, dorme sobre o que aqui foi alinhavado, e com a brevidade
possível arranca-me, de peito feito, outro ensaio do caraças.
Pode ser?
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