8. Ser-Céu
Ser-Céu, numa mansa
tarde de domingo,
Daqueles domingos de
frio, do eterno café e da preguiça,
Feitos por aqueles e
daqueles dias-sem-dia-do-não-sei-o-que.
Donde uma voz baixinha,
dir-se-á, rouca,
Fala de coisas
que-não-sei-o-que.
Ser-Céu, num domingo de
Ponto-e-vírgula;
Onde o espaço entre o
final de uma semana,
E o começo de uma nova,
não consegue se dar por completo.
Não é um ponto final,
nem o espaço afoito de uma vírgula.
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Ser-Céu, numa tarde de
domingo,
Domingo de frio, de café
e, dir-se-á baixinho,
...
De trabalho, de preguiça
e de saudades!
Ser-céu de completo
silêncio involuntário,
Ou talvez,
deliciosamente silenciado pelas nuvens do céu azul e do pouco
sol;
À deriva dos sentimentos
mais mansos,
Sossegado por um
incompleto ponto-e-vírgula:
A respiração profunda e
curta do espaço entre o Sábado e a Segunda.
Mas espere, está tudo
errado!
Pois o poema não é de
Domingo;
Hoje, ainda é Sábado.
Dir-se-á, então, ponto e
virgula mais alongado...
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