Quando A Água Estende
Seu Gesto
Fabienne, teu rosto,
entre as unhas do dilúvio,
era o que restava na
restinga do Tiede
Com as portas da alma
arrombadas
era visível o peso do
coração
a refletir na taça de
champagne prateada
a sintonia com o corpo
só das Estrelas
que nunca distinguiram
o caminho das estradas
Fabienne, assim teu, sem
mais nada em água,
a escorrer; enfim ser a
respiração do desejo
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Solaris
Contínuo Ao Envio Da Pedra
Finalmente, pintado pelo
cheiro lilás da alfazema,
havia chegado ao espelho
das Águas,
a derradeira embarcação
dos sentidos,
a luz relativa do barco
negro
atracado para todo o fim
do sempre
no centro do infinito
rio
que proibiu aos homens
a desgraça de ter nome.
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Composição Com
Argila, Acrílico e Algodão Art-Nouveau
As camélias respiram a
prata do amanhecer
vísceras de jerez em
ouro castanho
ensaiam uma tenue
despedida de cristal
as mágoas esperam a
primeira gota de sol
para secarem-se do
escuro
as éguas do longe
permanecem ainda mais longe
onde sempre deveriam ter
ficado
o esplendor das
definições
é talhado pelas barcas
do orvalho
a indumentária das
transparências
conforta tudo o que
deveria ser esquecido
a partida das cigarras
tem sua lógica
transcedente
estrelas do mal assomam
suas hastes de gelo
nos infernos secretos
que vivem nos raios
caos líquido em gravetos
fosforescentes
quase-bruma descrita ao
verde do sol iniciante
a origem volta a ser o
único ponto de partida
e fita o infinito com as
duas mãos no queixo
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A Brancura Não Sabe
Pensar
A geografia fatal de teu
rosto
- Hockney em
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espuma-esmeralda-minimal
com a temperatura dos
>>>
aero-portos de Eno
& temperamento
de mapas inéditos -
é a zona do sonho, oh
único transporte de permanência
O fluor de teu sorriso
(es)corre-em-cristal
parece molhar a T--
shirt do Grateful Dead
a fazer com que os tons
de natier-turquesa
tenham o sabor do
perfume . mais antigo
de minha
memória,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
onde passarás a viver no
futuro.
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Bonsoir, Bête
Bleu-Foncé De Brest
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Neste quarto, em suor de
musgo, nos confins de Brest
- a leste do pensamento,
na carroça dos recalques -
habito a espera do tempo
recuar ao século XVIII
deixando as janelas
verdes & as cortinas roxas
hermeticamente seladas,
lixadas a quaisquer
manifestações do céu
oh véu,
bandos-de-quantos mais-cigarros acesos
ao pé de cestos
sensacionistas
da existência embaçada,
eneblinada de Nada ou de
Espada-vaga.
<> <>
Desde que a Bretanha
tornou-se meu esconderijo
despido em círios de fel
fiquei
deitei ao lixo de mim
mesmo
os esmos passeios de
Wordsworth ou John Muir
a ruir, a ruir Sou &
Estou
destarte, Soul,
hemisfério de Sal
com o Mar Vazio a
carregar-me na barca do mal.
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