REVISTA TRIPLOV
de Artes, Religiões e Ciências


nova série | número 45 | abril-maio | 2014

 
 

 

 

GABRIELA ROCHA MARTINS

Qual o papel de cada um de nós

na sociedade?

Gabriela Rocha Martins Gouveia (Portugal). Ensaísta, poeta, organizadora da Bienal de Poesia de Silves. http://cantochao.blogspot.pt http://umnovoremansoparavelhasmetaforas.blogspot.pt 

 

EDITOR | TRIPLOV

 
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De facto, há qualquer coisa podre sob a maquilhagem, qualquer coisa fétida sob a organização social mais brilhante, qualquer fenda onde se insinua e desenvolve a semente que fará com que tudo desabe.

Eterna meditação sobre a queda dos impérios, o fim dos homens e sobre a poeira da História”. - Marguerite Yourcenar.

 

tendo presente a citação de Yourcenar ,que ,particularmente ,admiro ,e ,face aos diversíssimos aspectos contraditórios da vida portuguesa ,ouso questionar - afinal, qual o papel de cada um de nós na sociedade?

nenhum – respondem os descrentes!

como não aceito tal premissa ,congemino em voz alta…

cabe ( dizem.me! ) aos Politécnicos ,excelente montagem do POLÍTICO/TÉCNICO ,agir ,arbitrariamente ,em nome do colectivo .é o pressuposto da representatividade .e o terrível é que há sempre uma desculpa – a de que a sua actuação é feita em nome de princípios ,regras e valores comunitários

.esquecem.se ,porém ,que a Cidadania vive sempre noutro lugar ,no quotidiano de todos nós ,longe dos espectáculos e das exibições

.alimentar a ideia de que todos os fenómenos políticos têm de subordinar.se ao espectacular e às leis do mercado ,traduz ,inequivocamente ,o empobrecimento da comunidade em que vivemos e impede o nascimento de ideias e a concretização de acções que permanecem

.e mais…

face a uma geração sedenta de eternidade e de poder ,essa mesma comunidade reage ,tornando.se mais frívola ,e ,isto porque há cegos demasiado habituados a sê.lo .são as relíquias de uma época ,a quem cabe a ingrata missão de prestar contas aos vindouros

.há ,porém ,quem tenha afirmado ,sem qualquer protagonismo político ,ou pretensão a tal ,ser tempo de dizer – BASTA!

fi.lo e fá.lo.ei ,reflectindo ,construtivamente ,sobre o passado presente ,a fim de projectar o futuro ,dignificando o presente como parte integrante de algo que se desenrola do interior para o exterior de cada um de nós .sem exibicionismos e ,paulatinamente ,assumida nas palavras de António Sérgio:

Meu Caro Amigo: continuemos a palestrar como dois bons amigos – sem nenhum finca-pé, sem paixão alguma, sem ceder ao furor de denunciar culpados. Criadoramente. Generosamente. Construtivamente.

Não desviemos os olhos do que realmente importa: o que chamo as “pedras vivas” do “país real”; e busquemos os remédios da actuação directa, cujo processo se nos apresente de maneira simples, clara, facilmente compreensível ao comum dos homens.

Pela qualidade dos frutos se julgará da árvore; assim se diz no Evangelho.

Então,

porque frutos julgaremos a tua governação, a tua presumível construção política?

  

Gabriela Rocha Martins

 

 

© Maria Estela Guedes
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