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Poucas figuras da
Humanidade entrelaçam a História e o Mito como é o caso de Isabel de
Aragão, que conhecemos popularmente como Rainha Santa e sobretudo como
exemplo elevado da transformação da memória histórica em memória mítica.
D.Isabel estabeleceu uma presença incontronável do imaginário colectivo
português – alicerçada numa atitude pessoal exemplar, numa cultura
influenciadora, numa acção presencial de alcance estratégico, numa
prática quotidiana feita de antecipação e de reactividade.
Isabel de Aragão, nasceu em Barcelona (Espanha), no palácio de
Aljaferia, entre os anos de 1269 e 1270, filha de D. Pedro III de Aragão
e de D. Constança Hohenstauffen ( dita Constaça de Navarra
ou da Sicília, neta do
Imperador Frederico II da Alemanha). Isabel era neta de Manfredo, rei de
Nápoles e da Sicília, e de Jaime I o Conquistador que foi senhor de
Aragão e da Catalunha, de Maiorca, de Montpellier e do condado do
Russilhão, cuja educação esteve a cargo dos Templários.
O nascimento de Isabel instala um
dos paradigmas do mito: nasceu totalmente envolta por uma película, que
mais não seria do que a placenta, mas que a sua mãe guarda numa caixa de
prata que conserva nas suas arcas e que, ao que parece, esteve junto
dela ao longo da vida.
O casamento de Isabel de Aragão com o rei D. Dinis iniciou-se em
1281, com a vinda a Portugal dos seus procuradores, nas pessoas de
Conrado Lança e Bertand Villa Franca, e com a ida, em 1288, a Barcelona
dos procuradores do rei D. Dinis, nas pessoas de João Velho, João
Martins e Vasco Pires. A cerimónia nupcial ocorre no dia de S. João (24
de Junho) de 1288, na vila de Trancoso.
Isabel
contava apenas 12 anos quando recebeu o pedido de casamento da parte de
três príncipes, entre eles, D. Dinis. Os reis de Aragão consagrariam a
mão da filha a Dinis, dada a proximidade e o interesse estratégico que
as boas relações entre os reinos significavam. Casados por procuração, a
11 de Fevereiro de 1282, apenas 4 meses depois Isabel atravessaria a
fronteira, por Trancoso, para celebrar o acontecimento. Trancoso seria
então incluído no dote oferecido por
D. Dinis à rainha, assinalando o seu local de entrada no
reino.
Isabel reside, mais de 670 anos depois da sua morte, no
imaginário colectivo português, como marca da sua construção e formação
e tornou-se uma das mais notáveis figuras femininas da nossa história -
mito popular e religioso que alcançou, desde cedo, uma invulgar
projecção a nível nacional e que ultrapassou fronteiras na diáspora:
onde há um português há o conhecimento da sua memória. Curiosamente, a
sua popularidade reside em especial num “milagre” que lhe é atribuido,
muito depois da sua morte: o Milagre das Rosas. O primeiro registo
escrito desta Lenda Das Rosas encontra-se na
Crónica dos Frades Menores, de
Frei Marcos de Lisboa, de 1562:
"levava uma vez a Rainha santa moedas no regaço para dar aos
pobres, / Encontrando-a el-Rei lhe perguntou o que levava, / ela disse,
levo aqui rosas. E rosas viu el-Rei não sendo tempo delas". Uma história
que é também atribuída a outra protagonista , outra Santa: Isabel da
Hungria, tia de Isabel de Aragão! Mas a grandiosidade da figura da
mulher de D.Dinis transcende o episódio lendário do Milagre das Rosas,
pelas muitas atribuições e constatações do seu emprendedorismo. Para
esta aura de santidade, terão contribuído muitas acções concretas de
iniciativa própria e de eficácia evidente: dava dotes a raparigas pobres
e educava os filhos de cavaleiros sem fortuna, mostrava-se magnânima no
perdão criando como seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais
reservava igual afecto. Entre os seus familiares, constantemente em
luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido
de “anjo da paz”. Desempenhou sempre o papel de mediadora entre o rei e
o seu irmão D. Afonso, bem como entre o rei e o príncipe herdeiro. Por
sua intervenção foi assinada a paz em 1322.
A sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a
piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Das suas
biografias, podemos, mais ainda, reconhecer-lhe uma invulgar cultura -
D. Isabel "lia muito bem em latim e em linguagem"
-, tinha conhecimentos médicos e também excepcionais capacidades
administrativas e habilidade política, que os dois testamentos, as
cartas pessoais e outras fontes coevas testemunham.
O reforço do imaginário colectivo em seu redor assenta em muitas
e bem variadas representações icónicas, dos mais belos óleos que a
retratam – a começar pelos seiscentistas estimulados pela sua
canonização em 1625 - até aos pormenores do seu túmulo: os restos
mortais da rainha encontram-se actualmente na igreja do Mosteiro de
Santa Clara-a-Nova, depois da trasladação (a segunda) em 29 de Outubro
de 1677. O túmulo de
Isabel de Aragão deve ter sido construído entre os anos de 1329 e 1330.
Aquando da sagração da Igreja do Mosteiro (8 de Julho de 1330), o túmulo
estava feito e colocado no local escolhido.
Durante a permanência em Santa Clara-a-Velha, o túmulo teve por
identificação e companhia uma lápida, entretanto desaparecida,
incrustada na parede da cabeceira em pedra azulada escura e caracteres
góticos esculpidos e dourados, com o seguinte epitáfio:
Aos 4 de
Julho de 1336 na cidade de Estremoz morreu a generosa Isabel, Rainha de
Portugal e foi sepultada aos 12 do mesmo mês neste mosteiro de Santa
Clara, que a mesma Rainha tinha mandado construir e dotado com um
benefício [meios de sustentação]. Foi esposa do famosíssimo Dom Dinis, rei de Portugal e filha do rei
Dom Pedro de Aragão e da rainha Dona Constança; era mãe de Dom Pedro
Afonso, rei muito valoroso de Portugal e de Constança que se tornou
rainha de Castela; foi avó estimada de Afonso de Castela e da rainha
Maria, sua esposa.
Para com
todos foi benevolente. A todos honrou e beneficiou. Que descanse em paz.
Para os lisboetas, vizinhos da cidade de Odivelas, é fácil
visitar o mosteiro onde Isabel viveu e no qual,
numa das capelas absidiais da igreja gótica primitiva, se
encontra o grande túmulo do seu marido, o rei D. Dinis, fundador daquele
local. Ainda há poucos anos, eram ali visíveis as paredes da "casa de D.
Dinis", no Claustro da Moura (o antigo paço ruiu, ficando apenas algumas
fotografias, que foram depois expostas no pequeno museu instalado na
Sala do Capítulo, que abre para o Claustro Principal).
Para os conimbricenses, é uma
aquisição de sempre. Ali, o nome Odivelas encerra outra lenda
relacionada (que, aliás, os linguístas repudiam) e que vê no nome uma
corruptela da expressão Ide
vê-las! , uma frase que a Rainha diria a D.Dinis, em tom de censura,
quando este saía para os encontros com as suas amantes.
Ao contrário de muitas outras rainhas que a antecederam e
seguiram, conhecemos o rosto de
Isabel, pois ficou fixado na estátua jacente do túmulo primitivo, uma
das mais importantes obras da arte tumular medieval portuguesa. Tudo
leva a crer que este túmulo seja da autoria de um aragonês, mestre Pêro.
Terá sido mandado construir por D. Isabel e colocado, conforme o seu
desejo, no meio da igreja de Santa Clara-a-Velha que, afirma o cronista
Acenheiro, a rainha mandara fazer para sua sepultura. No túmulo, a
rainha está representada com o hábito de clarista e com o bordão e a
sarcela de peregrina (foi seu desejo ser enterrada com estes símbolos.
Note-se que existem vários documentos mandados escrever pela rainha,
entre eles dois testamentos, a declaração, por ela feita, ao tomar o
hábito de Santa Clara, o protesto contra a legitimação dos sobrinhos e
um numeroso conjunto de cartas pessoais, na sua maioria enviadas a seu
irmão, o rei D. Jaime de Aragão, descobertas e publicadas só em meados
do séc. XX). Nesta representação, tem na cabeça a coroa de rainha; é
contemplada por dois anjos e ladeada por três pequenos cães. Rodeiam-na
oito escudos de Aragão e de Portugal. Os olhos denotam o ligeiro
estrabismo referido pelos cronistas, num pormenor que garante a
fidelidade do retrato.
A subida das águas do Mondego e o assoreamento das suas margens
obrigou à mudança da arca tumular para um novo mosteiro, hoje conhecido
por Santa Clara-a-Nova, entregue às freiras claristas no séc. XVII. A
arca, agora vazia, conserva-se no coro baixo da igreja. O corpo
incorrupto está guardado no túmulo seiscentista, de cristal e prata,
colocado no altar-mor. O corpo da rainha foi convenientemente tratado
com ervas aromáticas, vestido com o hábito de Santa Clara, embrulhado em
lençol de linho muito fino e sobre este uma colcha bem grossa,
finalmente envolta em pano de linho muito grosso, cosido com uma agulha,
e depois em algodão, de modo a que todo o volume ficasse bem fechado.
Sobre este volume colocou-se uma colcha de algodão branca e grossa e o
corpo foi metido num caixão rectangular de madeira hermeticamente
fechado e envolvido em pele de boi, com o pelo voltado para fora. Por
fim, foi coberto com um pano de púrpura cuidadosamente repregado. Este
pano exterior foi rasgado por alguns populares que desejaram guardar uma
relíquia da sua bem amada Rainha.
De uma biografia anónima, de natureza hagiográfica, vulgarmente
conhecida por Lenda ou Relação, escrita logo após a sua morte,
presumivelmente por Frei Salvado Martins, bispo de Lamego, que foi seu
confessor, ou por alguém que com ela privou, talvez uma das donas de
Santa Clara que a acompanharam durante o tempo de viuvez no paço mandado
construir junto ao Mosteiro, perdeu-se o original, mas conserva-se uma
cópia quinhentista, manuscrita e iluminada, que tem o título:
Livro que fala da boa vida que fez a Rainha de Portugal, Dona Isabel, e
seus bons feitos e milagres em sua vida, e depois da morte. Este
mesmo documento será publicado por Frei Francisco Brandão no séc.XVII,
na 6ª parte da Monarquia Lusitana
e servirá de base a todo o discurso biográfico e cronístico posterior,
incluindo a Crónica de 1419 e as Crónicas de D. Dinis e de D. Afonso IV,
de Rui de Pina. Nela é narrada a infância da princesa em Aragão, as
negociações para o seu casamento, a vinda para Portugal, os tempos de
casada e de viuvez e finalmente a sua morte em Estremoz, a transladação
para Coimbra e as exéquias em Santa Clara-a-Velha. A partir dela podemos
reconstituir os principais passos da sua vida.
Numa época em que a influência mista de cristianismo, judaísmo e
messianismo se acentua, há que destacar a relação de Isabel de Aragão
com o Poder e algumas presenças influenciadoras dos desígnios do Reino.
Deve-se à Rainha Isabel o retardar da presença da Inquisição no
nosso reino; o acolhimento
e protecção dos Templários – que tinham ligações muito fortes a Portugal
desde a sua fundação e é de realçar que a Ordem começa a sua implantação
na zona oriental da Penísula Ibérica na década de 1130. Em 1131, o conde
de Barcelona, Ramón Berenguer III, pede a sua entrada na Ordem e em
1134, o testamento de Afonso I de Aragão cede o seu reino aos
Templários...
Acresce a recolha e integração de um pequeno grupo de hereges
cátaros do Languedoc (do sul da França e do norte da Itália), caçados
pelo inquisidor Bernard Gui, que se refugiou em Portugal. Liderados por
Pierre Authié, Bernard Audouy e o monge franciscano renegado Bernardo
Delicioso, compreendem que embora a dinastia portuguesa se mostre
disposta a fechar os olhos à sua presença e o prestígio da Rainha
Santa contenha por ora a intromissão da Inquisição no país, a sua
sobrevivência a longo prazo exige que sua religião seja praticada na
clandestinidade, na qual permanecerão por mais de um século. Todavia,
deles se notarão muitas influências – na própria Rainha Isabel.
Os Cátaros ou Albigenses, originários do Languedoc,
foram alvo de uma das maiores perseguições da Igreja Católica do
século XIII, em Cruzada feroz que fez criar a Inquisição (para aniquilar
os cátaros sobreviventes à guerra). Estes herefes defendiam que o Mundo
não era obra de um Deus bondoso, mas antes a criação de uma força das
trevas imanente em todas as coisas. O deus merecedor de adoração era um
deus de luz – e, heresia perigosa numa heresia a vários títulos perigosa
para os valores da Igreja Católica, acreditavam, que as mulheres estavam
aptas a ser líderes espirituais!
Em consequência dessa convulsão social, o território independente
e orgulhoso do Languedoc acabaria anexado pelo reino de França, depois
de um banho de sangue que vitimou muitos inocentes. A Cruzada Albigense
durou entre 1209 e 1229 e foi lançada pelo poderoso Papa da Idade Média
Inocêncio III e liderada pelo guerreiro Simão de Monfort. As duas
décadas de mortandade da Cruzada deram depois lugar a quinze anos de
caprichosas revoltas e repressões, que não só culminaram com o cerco de
Mentségur, em 1244, como se arrastaram nas décadas seguintes. Da sua
cultura ficava, no entanto, disseminada pelos reinos que os acolheram ou
engoliram (literalmente, como a França), a presença incomparável dos
trovadores e da poesia trovadoresca, que Portugal irá apreciar, a
começar pelo próprio rei D.Dinis.
Para os estudantes portugueses desde tenra idade, a vida
quotidiana do século XIII é um capítulo obrigatório e muitos aprendem e
interpretam a cantiga de amigo "Ai flores, ai flores do verde pino…"
Mas de relevar está a evidência: o Languedoc compartilhava uma
cultura e uma língua com o seu “primo” ao sul dos Pirinéus, o reino de
Aragão e Barcelona, um dos feudos cristãos que iria expulsar os mouros
muçulmanos do resto da Península Ibérica – e onde Isabel tinha as suas
raízes, que nunca abandonou até à hora da morte, como se nota no já
referido túmulo quel, a seu pedido em testamento, continha os brasões de
Aragão.
Isabel e o Rei D.Dinis ficam ainda associados à história de
Portugal pela introdução do Culto do Divino Espírito Santo, ou
Paracleto, tradução prática da guerra aberta entre a Igreja hierárquica
e a Igreja-povo-de-Deus Os albigenses ou cátaros,
dissidentes católicos da Idade Média, desejavam uma Igreja pobre,
sem os luxos de bispos, cardeais e papas, arrogaram-se como a única e
verdadeira Igreja – a do Espírito Santo - , que veio a influenciar
muitos leigos católicos de então com as respectivas festas e culto ao
único verdadeiro REI – o Espírito Santo.
Foi assim que nasceu uma onda de grande espiritualidade
“revivalista” dentro da Igreja do Espírito Santo, alimentada por
franciscanos, pela Rainha Santa Isabel e por milhares de cristãos
intelectuais e iletrados. (Os católicos açorianos, remetidos às suas
ilhas, impulsionaram esta devoção ao Espírito Santo, estabelecendo uma
espécie de duas igrejas paralelas, a da paróquia, dirigida por párocos e
respectivo Bispo e a dos “impérios do Espírito Santo”, onde imperam a
coroa e o ceptro do Espírito Santo, colocados na cabeça de “reis” e
“rainhas” – os mordomos - na festa litúrgica do mesmo Divino Espírito
Santo). De notar as ideias
fortemente influenciadoras do monge Joaquim de Fiore (da Flora), abade
cisterciense (1145-1202) fundador da Ordem de Fiore, que proclamou a
advento de uma época do
Espírito Santo, com uma Igreja vivendo na pobreza.
Em matéria de empreendedorismo, há que destacar ainda neste
período da História de Portugal a institucionalização da língua
portuguesa como oficial e ensinada nos Estudos Gerais ou Universidade
laica portuguesa. A língua enquanto elemento fundamental da
nacionalidade, a par do culto do Paráclito enquanto vivência espiritual
própria e algo «independente» de Roma. Com ambos, o cristianismo
português afastava-se da
ortodoxia da Igreja católica.
D.Isabel, entre outras iniciativas de vulto,
fundou o Hospital dos Meninos
Inocentes de Santarém, o Hospital de Leiria, o Hospício dos Pobres,
junto dos paços de Santa Clara e o Hospital de Velhas Inválidas, em
Coimbra. Criou várias albergarias como as de Estremoz, Alenquer e
Odivelas. Fundou ainda as Gafarias de Óbidos e de Leiria e o
Recolhimento para Regeneração das Desgraçadas de Coimbra. Todos foram
recordados nos seus testamentos.
Perante a popularidade que atingiu após a sua morte e a
atribuição que o povo lhe fazia de milagres e oferendas espirituais, o
papa Leão X acabou por a beatificá-la, em 1516, e ao papa Urbano VIII
por canonizá-la, em 1625.
Do seu casamento com D.Dinis nasceram dois filhos, D. Afonso,
futuro rei de Portugal, e D. Constança, que casaria com o rei de
Castela, para onde partira ainda criança. Durante a sua vida, D. Isabel
acompanhou o marido em frequentes deslocações ou diversas acções
diplomáticas para estabelecer alianças e casamentos ou dirimir conflitos
entre os outros reinos peninsulares, como aquele que opôs o rei de
Aragão e o rei de Castela e em que o rei de Portugal foi por todos
aceite como juiz.
D.Isabel morreu em Estremoz, com cerca de 66 anos, no dia 4 de
Julho de 1336, de uma doença súbita surgida no momento em que se dirigia
para a fronteira em missão de pacificação entre o filho, D. Afonso IV, e
o neto, Afonso XI de Castela. Contra o parecer de todos, D. Afonso quis
cumprir a vontade de sua mãe de ser sepultada no mosteiro de Santa
Clara.
BIBLIOGRAFIA
FRANCO, José Eduardo, e MOURÃO, José Augusto,
A influência de Joaquim de Flora
em Portugal e na Europa, escritos de Natália Correia sobre a utopia da
idade feminina do Espírito Santo, Roma Editores, Maio, 2005
HONRADO, Alexandre,
Isabel de Aragão a Rainha dos
Templários, Guerra&Paz, 2009 ( no prelo ).
NEMÉSIO, Vitorino Isabel de Aragão, rainha santa,
Edições Panorama, 1960
VASCONCELOS, António Garcia Ribeiro de Vasconcelos,
e RODRIGUES, Manuel Augusto Rodrigues,
Dona Isabel de Aragão: a Rainha
Santa,
Edição de Arquivo da Universidade de Coimbra, 1993
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