NICODEMOS SENA E A CRÍTICA

É uma alegria quando nos deparamos com um livro como A espera do nunca mais, esta extraordinária saga amazônica, narrada com sedução, seriedade, poesia. Forma e estilo são impecáveis nessa estréia, que nem estréia parece, de tão madura. Todo o livro, em suas 874 páginas, é uma exaltação à palavra, lavra que o autor utiliza como veículo para contar inúmeras histórias entrecruzadas dos seres amazônicos, habitantes genuínos dessa esplendorosa floresta, ícone nacional. (...) A espera do nunca mais, de Nicodemos Sena, é uma lição de literatura e de brasilidade. OLGA SAVARY/O GLOBO, Caderno Prosa & Verso, Rio de Janeiro, 03-março-2001/Amazonense faz boa ficção com ‘anos de chumbo’ e choques entre culturas


A espera do nunca mais (874 páginas) desafia e devora o leitor desde o início. Feito sucuriju (cobra-grande), abre sua bocarra e obriga a penetrar num universo denso. Não adianta resistir. Uma vez dentro da boca deste livro-serpente, o destino é conhecer os seus interstícios plenos de um fazer artístico solidamente urdido, elaborado com mãos de mestre. OSCAR D’AMBROSIO/JORNAL DA TARDE, Caderno de Sábado, São Paulo, 20-maio-2000 /Uma extensa e densa aula de Amazônia


Eis um romance que invade a literatura brasileira com a força de um fenômeno da natureza. Trata-se de uma saga amazônica chamada A espera do nunca mais. Seu autor, Nicodemos Sena, tem o talento de criar gente. Seus personagens representam a Amazônia com sua largueza e sua mistura, caboclo e floresta unidos num ecossistema geográfico-humano que retrata a nossa mais desconhecidamente forte região em que o Brasil se firma e se revela. É romance que deve ser lido. Nele, realidade e lenda se juntam com naturalidade. As palavras formam um estilo ínsito à grandeza das paisagens que descreve. ANTONIO OLINTO/JORNAL DE LETRAS, nº29, Rio de Janeiro, janeiro/2001


Partindo do particular para abstrair uma realidade universal, Nicodemos Sena leva de um recanto solitário da floresta para o mundo a pureza, a complexidade e a beleza da cultura amazônica. Para tanto, apoia-se nos personagens que, com suas tristezas e alegrias, decepções e esperanças, têm como intenção emocionar o leitor de qualquer país. O ESTADO DE SÃO PAULO/São Paulo, 04-junho-2000/Leituras no Brasil


O texto, nos dois livros (A espera do nunca mais, de Nicodemos Sena, e Macunaíma, de Mário de Andrade), é a realidade regional enquanto matéria viva transformada em ficção como coisa pulsante e como que “arrancada” da própria alma cabocla. Não se trata de realismo puro e simples. Diria que é, em verdade, como se o contexto em si virasse texto: feito, aqui, sim, uma revelação, um descobrimento. ACYR CASTRO/A PROVÍNCIA DO PARÁ, Belém, 23-julho-2000/Um refluir no tempo


A espera do nunca mais, romance de estréia de Nicodemos Sena, é um livro de alto nível literário, capaz e destinado a consagrar o autor como romancista. Questões sociais são tratadas com precisão, abrindo chagas na História nacional. LINGUAGEM VIVA, maio/2000, São Paulo


Não se trata de simples estréia, da aparição de um iniciante. Quer pelo conteúdo, quer pela forma escorreita da narração, o autor conduz histórias da saga amazônica com a segurança de um escritor já experimentado. Ele não tem preconceito de escola literária, pois o romance A espera do nunca mais transita do realismo naturalista até o realismo mágico. Fica aqui apenas um registro de um livro que entra de chofre na estante do que há de bom na ficção brasileira. ALUYSIO MENDONÇA SAMPAIO/LB-REVISTA DE LITERATURA BRASILEIRA, nº 18, abril-2000, São Paulo


Quem leu Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, e Incidente em Antares, de Érico Veríssimo, há de concordar que os brasileiros são bons de saga. A leitura de A espera do nunca mais, do paraense Nicodemos Sena, insere-se nessa tradição. Com esse livro, o autor reconta a formação política e cultural de nós mesmos, buscando nas raízes populares o que aconteceu em nossa mutação. LEANDRO ESTEVES/LB-REVISTA DE LITERATURA BRASILEIRA, nº 18, abril-2000, São Paulo/Mais um saboroso fruto da Amazônia


Nicodemos Sena nos lança à leitura de uma face da Amazônia que é mitológica, sim, porém no sentido grego: o da palavra que busca a luz e, com isso, fura a selvageria do obscuro. Na atual geração de romancistas, sob o signo do Pará, é fascinante, e exata, revelação. ACYR CASTRO/O ESCRITOR, nº90, março-2000, jornal da União Brasileira de Escritores-UBE, São Paulo/A Amazônia enquanto estória


Os heróis de A espera do nunca mais são personagens vivos, autênticos, que ainda habitam as barrancas dos rios amazônicos, as estradas líquidas dos igarapés e igapós, com seus costumes incivilizados. (...) Nicodemos Sena usa o lendário amazônico não como folclore, mas para completar o desenho e o registro do perfil psicológico do caboclo ribeirinho, das várzeas e dos campos do Marajó, sua perplexidade e descaminhos ao conviver com a cidade grande. ALONSO ROCHA/A PROVÍNCIA DO PARÁ, Belém, 05-novembro-1999/Romance de estréia surpreende


Com A espera do nunca mais, pela primeira vez temos, na ficção, o caboclo como agente da história, o índio que se destribalizou, que vive entre dois universos que se opõem e se excluem. VICENTE SALLES/A PROVÍNCIA DO PARÁ, Belém, 15-março-2000/Sobre A espera do nunca mais


Gosto de frases. De palavras. Às vezes, de sílabas... Tudo, enfim, que caiba no microcosmo do poema. E me assusto – quem sabe, por inveja sadia – com os que atingem a vertigem da cachoeira, do oceano, das grandes forças universais. Assim me parece A espera do nunca mais. Apreciador de um quarteto de cordas, vi-me diante de um turbilhão sinfônico – e muito bem regido. ANTONIO CARLOS SECCHIN, poeta, ensaísta e professor de Literatura na Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ)/Rio de Janeiro, 05-fevereiro-2000


Nicodemos Sena, em A espera do nunca mais, seu formidável romance da Amazônia, demonstra ter um senhor pulso de romancista. Conseguiu amalgamar numa escrita sedutora e envolvente milhentas vivências, experiências, informações, etc. É incrível a rede de fatores e vivências que o autor conseguiu reter na rede das palavras. NELLY NOVAES COELHO, escritora e crítica, professora de teoria literária da Universidade de São Paulo(USP)/São Paulo, 23-novembro-2001


Vejo-me no dever de dizer que, além de um grande romance, Nicodemos Sena escreveu páginas que merecem ser consideradas clássicas na literatura amazônica. Não sei se ele mesmo percebeu, mas a comovente morte do búfalo rosilho, narrada na segunda parte de A espera do nunca mais (págs. 448 a 466), merece estar entre as melhores páginas que já se escreveram sobre a vida do nosso povo. (...) Quando os historiadores, antropólogos e sociólogos quiserem resgatar aspectos originais e fundamentais da cultura amazônica, terão que buscar nas páginas do romance A espera do nunca mais. BENEDICTO MONTEIRO/O ESTADO DO TAPAJÓS, Santarém-PA, 05-março-2002/O romance da civilização fluvial


Como um Hércules moderno, Nicodemos Sena arrastou o Amazonas para o seu mundo romanesco. A espera do nunca mais é um livro contundente, com todo o húmus do grande rio e das matas amazônicas. ARISTIDES THEODORO/A VOZ, São Paulo, 16-dezembro-1999/Fragmentos de um diário


Nicodemos Sena, que há pouco mais de ano sacudiu a crítica com um romance surpreendente, A espera do nunca mais, uma espécie de Os Lusíadas em prosa (874 páginas), enaltecendo o mundo amazônico em todo o seu fascínio, reaparece com A noite é dos pássaros, seu segundo romance, que vem confirmar a força interior desse novo ficcionista caboclo, inaugurando, assim, com original tessitura (inclusive lingüística), a literatura paraense do século XXI. Lembrando Caramuru e sua Paraguaçu (às avessas) o texto – novamente voltado para a Amazônia e especialmente o Pará – revolve de maneira surpreendente a vida nativa da região guajarina nos primórdios do descobrimento e tem como tubo de ensaio os costumes indígenas da época, sobretudo o canibalismo, que ameaça, em suspense, no decorrer de toda a estória, a personagem central do romance: um jovem aventureiro português (aprisionado pelos tupinambás), que, mesmo protegido pelo amor da filha do tuxaua, por um triz, já nas últimas frases da trama, não teve a mesma sorte de seu ungido patrício, Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, devorado pelos caetés na costa alagoana, por volta de 1556. De parabéns, portanto, o autor e o Pará. ILDEFONSO GUIMARÃES/O LIBERAL, Belém, junho-2002


“A Noite é dos Pássaros” é uma obra fascinante. Com muito pesar, ao final da leitura, descemos das asas do sabiá mais fantástico da natureza amazônica. O autor transpõe as barreiras impostas pela mediocridade e voa em todas as direções, sonhando, deixando-se levar pelas asas da imaginação, entregando-se aos espíritos que habitam a natureza, lá onde está a sabedoria, o medo lutando contra a valentia – a metáfora da vida e da morte. Estando preso, torna-se a criatura mais livre dentre todas. Lá onde é possível questionar a fé e oscilar entre crer e não crer no criador daquilo tudo. DIRCE LORIMIER FERNANDES, escritora, ensaísta, professora e crítica da Associação Paulista dos Críticos de Arte(APCA)/ São Paulo, março-2002


Perdido entre as paralelas dessa São Paulo ensandecida de fim de século, Nicodemos Sena desponta como autêntico representante da literatura amazônica e universal. Ouso afirmar que seu romance A espera do nunca mais maravilhará os amantes da literatura, pois se trata de obra visceral, na qual o autor, com rara felicidade, une o mistério e a grandiosidade do continente amazônico à selvagem exploração de homens miúdos em seus horizontes, mas gigantescos na luta feroz pela sobrevivência, na faina diária contra o infortúnio de vidas lançadas a esmo no coração da floresta, esquecidas pelo país oficial e esmagadas pela ganância de exploradores brutais. Tem-se nessa obra a visão do moderno e do arcaico que permeia o mundo amazônico e que se encontram na própria matriz da brasilidade. Ao mesmo tempo real e alegórica, emergem da narrativa personagens típicas desse mundo, como Gedeão, Albino, Sabá, Silvestre Bagata, Veva, Primitiva, Estefano, Julião e tantas outras, construídas com o rigor dos grandes romancistas. De tessitura notável, o enredo romanesco é construído com a maestria dos escritores que já estréiam prontos para figurar entre aqueles ungidos pelo reconhecimento da crítica. EDIVALDO DE JESUS TEIXEIRA, poeta/LITERATURA-REVISTA DO ESCRITOR BRASILEIRO, Brasília, 2003


Viva A noite é dos pássaros! Leitura agradável. É realismo, é fantástico, é ficção de boa cepa. O uso das citações na língua tupi levou-me a Policarpo Quaresma. A revoada dos pássaros e outras passagens lembraram-me José J. Veiga. Gostei. VALDECIRIO TELES VERAS, escritor e editor/Santo André-SP, 04-dezembro- 2002






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