MÁRIO MONTAUT
BUARQUE PARABÉNS

Chico: sua Grande Traição não foi com a Marieta. Tampouco com damas e moças outras; senão com essa Grande Mulher:: a ex-Fatal, a ex-Divina MPB, tão magistralmente usurpada. Você ri, é?(rsrs) Pois não sou eu quem o condena. Deixo aos pseudo-inventores e acadêmicos-de-baratas a tarefa de rechaçá-lo por razões impossíveis, uma vez que você não "inventa", não "reproduz", e se "renova", é pelas veias da mais legítima Traição. Genuína, autêntica, lícita Traição, digna das vésperas de 1 Dia dos Namorados ou de seu aniversário, desde que fiéis sejamos ao amor, e não aos códigos de ética, estética, que você elegantemente traiu, usurpou. Melhor digo, musicalmente::: os requintes harmônicos da bossa nova, os sentimentalismos melódicos do velho choro, as vulgaridades rítmicas do novo rap, não se constituiram, para você, simples matéria prima de sofisticada chantagem? Falo de um Subúrbio, onde os artificialismos geraram inspirações originais, e todas as consequências artísticas longínquas daquela Fonte De Sensibilidade Social, d´onde jorraram valorosas obras, porém, menos deliciosas que este Subúrbio, onde todos os recursos da Arte, e em peculiar, da música popular brasileira, tornaram-se meros pretextos para sua madura Traição. Chico:::: você traiu a MPB, e a Bela o agradece em espírito, esquecida até dos últimos estertores. Você deliciosamente traiu, traiu, traiu a MPB, e as menininhas sapecas de "Carioca", tão sensivelmente diversas, já de outra estirpe, e mantendo gens conscientes do velho pai, convidam Zeca Pagodinho, Seu Jorge, eu e ela, rappers e funks outros para um delicioso vinho, onde celebraríamos a vida, sem Goethe ou teoria, mas verde junho de 2006 sexagenário, outro dia, 12?, 19?, e Parabéns!

(Mário Montaut)

MÁRIO MONTAUT é brasileiro, paulistano, de ascendência italiana, espanhola, indígena, moura, francesa e outras. Desenvolve uma sequência de composições que vêm à luz, já em dois trabalhos: "Bela Humana Raça", Dabliú, 1999, e "Mário Montaut: Samba De Alvrakélia", a sair nos próximos dias pelo selo MBBmusic. São muitos anos de vivências artísticas, num panorama que inclui Dorival Caymmi, René Magritte, Manoel De Barros, João Cabral De Melo Neto, Borges, Chico, Caetano, Gil, Dalí, Fellini, Buñuel, Webern, Cartola, Breton, Blavatsky e muitos amores mais, indispensáveis à sua criação, que abarca, além das canções, poemas, textos, roteiros e outras coisas interessantes. Mário Montaut é basicamente um parceiro de todos os seus contemporâneos e ascendentes, humanos ou não, saibam eles ou não. Índios, Negros, Europeus, Sem-terra, Brisas, Baleias, Maremotos, Chuvas, Livros, Discos, Beijos e Trovões Em Todas As Roseiras. Atualmente grava um disco de parcerias suas com o poeta Floriano Martins, onde a talentosíssima intérprete Ana Lee canta grande parte do repertório. Mário Montaut é um pouco de tudo isso. E muito mais, com certeza, pode ser descoberto em seus discos lançados, em suas tantas canções já gravadas, poemas, textos, e múltiplos achados.    
 
   

 

 

 



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