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:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::RUI MENDES:::::::
Do movimento da palavra
Fértil e silencioso um cântico festivo
Abre-se no interior da palavra

O teu rosto recorta-se no arco da chuva
E o milagre e a seiva retomam o círculo
Da jovem aurora e
Invadem os meus poemas

Sim os meus poemas tomam a tua
Forma e o teu perfume e incendeiam-se
No pão e na madrugada que se manifestam
No nossos ombros destruídos

Felizmente tenho a primavera nos meus olhos
E a música e a vida e a palavra do fogo
Movem-se e murmuram a alegria
Nos nossos campos.
 
Rui Mendes
in: Cadernos do Meio-Dia, nº 4, Fevereiro de 1959, Faro