HELENA FIGUEIREDO:
AO SABOR DA PELE

PROSAS

Renascer
Doce infância
A menina de negro
Êxodo
Cegueira

POEMAS

Atípico
Liberdade
Leva-me contigo, pastor
Enleio
Tentação
Ninguém
Tabu
Poema sentido
Um dia sem ti
Vendaval

ATÍPICO
Desejos de Inverno
Nos ventos que sopram,
Possuindo a brancura das copas.
Balancés de folhas,
Troncos despojados,
Odores,
Nuvens que galopam os céus.
Um ping, ping, ao de leve
No telhado de zinco.
Cadências,
Pequenas orgias,
Crescendos na erva revolta.
No cimo das oliveiras,
Bolas de neve ondeiam,
E derretem à passagem
De um ramo.
Terra, vento e firmamento,
Ensurdecendo,
Em sons e gotas,
Gritos e vertigens,
Como corpos em plena paixão.
Forte, fortíssimo!
Nos batuques de água,
Histerias colectivas
Correm já
Na valeta de betão.
Suspiros de folhas
E pétalas molhadas,
Um calor de orgasmo,
Saído da terra aberta.
E finalmente
O arco-íris!
Êxtase perfeito,
De uma Primavera
Já mulher.
Helena Figueiredo nasceu em 9 de Março de 1959, numa pequena aldeia do concelho de Carregal do Sal, distrito de Viseu. É licenciada em Educação de Infância, e desde os 21 anos que trabalha com crianças entre os 3 e os 6 anos. Entre 2003 e 2006 prestou assessoria ao Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Carregal do Sal.
Entrada no TriploV: Abril de 2008