DAS VANTAGENS DE NÃO SER PRECIOSO:
ASPECTOS DA EXPLORAÇÃO E USO DO COBRE EM PORTUGAL (1789-1889)

Cobre na amoedação em Portugal (2)


.........Verificamos mais uma vez que o cobre não é um metal valioso – ninguém procura as moedas de cobre pelo teor do metal,[1] que apenas vale o que representa em troca comercial. Para se proceder à redução do peso, Silvério de Miranda avançava o nome de Guillobel, entretanto nomeado fiel da Casa da Moeda, mas este tãopouco pode desenvolver alguma actividade significativa, uma vez que foi afastado por suspeitas de corrupção, pouco mais de um ano depois.

O período conturbado das invasões francesas não trouxe melhores dias para a laboração do cobre. As convulsões próprias do período, junto com as divergências que se fizeram sentir a respeito da concretização do decreto de 25 de Setembro de 1800, que duplicava o valor nominal à moeda deste metal, levaram a que entre 1805 e 1811 esta se não cunhasse na Casa da Moeda de Lisboa (Aragão,1877, p.147). No entanto, logo que foram expulsos os últimos soldados de Napoleão, o governo retomou a questão da amoedação em cobre, ordenando em Setembro de 1811 que o provedor da Casa da Moeda informasse sobre uma série de quesitos respeitantes ao assunto.[2]  

Teixeira Aragão refere que não encontrou nos livros de registo geral da instituição visada a resposta (se a houve) a este inquérito, no entanto em seu entender esta deveria ter sido positiva, até porque as ordens subsequentes foram as de fabrico de moedas de dez e cinco réis (Aragão,1877, p.148). Baseando-nos ainda no estudo do mesmo autor, lavrou-se moeda de cobre na Casa da Moeda nos anos de 1812 a 1814,  de 1818 a 1820, de 1822 a 1824. De 1824 a 1828 não houve produção respectiva.

Pensamos que a partir da época «pós invasões», com o país depauperado nos seus recursos, se procurou reciclar os metais, especialmente os que constituíam o material de guerra, subitamente imobilizado. O início da amoedação em bronze inscreve-se perfeitamente nesta conjuntura : o mau estado financeiro da nação e a inutilidade do material existente no Arsenal do Exército, deu ao governo provisório a ideia de aproveitar este material para fabricar moeda, e a 29 de Outubro de 1811 entrou em circulação a moeda de 40 reis. O capitão Mateus António passou a fornecer a Casa da Moeda de chapas de bronze, que preparava a partir de peças de artilharia, à semelhança do que praticava com o cobre. Ficamos assim também a conhecer uma outra forma deste estabelecimento se abastecer do metal em discussão (Aragão,1877, pp. 148 -149).

As décadas seguintes serão igualmente de perturbação política, económica e social. Para a Casa da Moeda de Lisboa os anos trinta foram de especial importância, com a introdução do balancé a vapor para a cunhagem das moedas, que afinal não foi nem pacífica nem simples,[3] e que marcou uma nova era na amoedação em Portugal (Reis, 1946, pp.225-226). A instalação da caldeira, da máquina a vapor e restante equipamento (um trem de quatro laminadores, seis prensas de saca-bocados, uma prensa multiplicadora de cunhos, três sarrilhadores, quatro balancés automáticos de cunhar de Boulton, e respectivos pertencentes, acessórios e sobressalentes) demorou mais de dois anos e só começou a funcionar em 1837, porque um técnico inglês dos que tinham vindo para a instalação, aceitou ficar a dirigir a amoedação, contratado pelo governo português (Trigueiros, 1990, pp.81 – 82).

As plantas arquitectónicas levantadas entre 1834 e 1836 para viabilizar a instalação da máquina a vapor e dos novos maquinismos revelaram as várias dependências oficinais que constituíam o estabelecimento. A planta de 1836 representava o piso térreo, onde se localizava a parte fabril e laboratorial, em oposição à de 1834, que se referia ao piso superior, Pavimento Nobre, reservado às estruturas de controle e decisão (Ferraz, 1998, pp.24–26). Analisando as suas legendas, não foi possível identificar qualquer dependência denominada por “Fundição de cobre” mas apenas a “Casa da Fundição do Ouro e da Prata”. Esta não será a denominação mais esclarecedora em relação à questão de se fundir ou não cobre nessa altura.

Um outro documento, contudo, pode fornecer mais alguns elementos: trata-se de um relatório elaborado por uma comissão nomeada pela rainha para examinar e avaliar a instalação da máquina monetária a vapor, processo que representava uma verdadeira revolução nas estruturas da Casa da Moeda, facto aliás que o próprio provedor, João Mousinho de Albuquerque, várias vezes teve oportunidade de apreciar em termos das suas consequências (Albuquerque, 1835, p.15, por ex.º).  No texto escrito que supomos ter sido elaborado em 1836 a comissão deixou algumas recomendações ao nível das mudanças que era necessário fazer-se nas oficinas existentes na Casa da Moeda. De entre estas, assume especial importância as respeitantes à Casa da Fundição (usando terminologia do relatório). Aqui, a comissão referia que «tendo a prata e cobre de se fundir em cadinhos» era recomendável – porque mais económico - que esta operação se efectuasse em fornalhas de ar, quando as circunstâncias não exigissem fornos lentos, de copela, e na mesma casa. Para além disto, as fundições da prata e do cobre deveriam ser dimensionadas com a «grandeza» dos laminadores.[4]

Provavelmente na sequência destas sugestões, saiu a lume em Agosto de 1837 num orçamento referente a obras, «Que a casa actual da Fundição de Cobre se divida em duas, pouco mais ou menos próximo à porta da sua entrada, o suficiente [para] que se façam na p.ra casa 8 fornalhas». O projecto previa também a instalação de cinco fornalhas para prata e ouro, na outra parte da casa, com as quais não só se pouparia carvão, como cadinhos, foles e serventes, tendo-se ainda a garantia de melhor saúde e mais cinco anos  de existência para o fundidor. [5]

Reunidos os factos (fusão e uso de laminadores) em torno do processamento do cobre na Casa da Moeda,  pudemos considerar que por essa altura, a amoedação deste metal já se deveria processar da  forma   que  mais  tarde   veio  a  ser  caracterizada   como «moderna» (Reis, 1946, p.227).

O processo moderno de lavramento (do qual se pode encontrar uma descrição detalhada, em estilo muito literário, na “Ilustração Portuguesa” de 4 de Março de 1907, e outra, mais sintética, num relatório efectuado pelo aprendiz de tipógrafo, Armando Ribeiro, em 1912) era desenvolvido em três fases, preparação dos discos metálicos, abertura dos cunhos, e operação de cunhagem. Na 1.ª fase – preparação dos discos – o metal a amoedar, geralmente em barras, era fundido a alta temperatura nos cadinhos, seguidamente vasado nas rilheiras, das quais saia em réguas alongadas, depois de arrefecido e solidificado; das rilheiras passava aos laminadores, que gradualmente reduziam a sua espessura até à dimensão desejada. Após terem abandonado os bancos de ajuste, onde adquiriam forma regular, as lâminas entravam então para uma máquina denominada sacabocados, que de uma só vez recortava vários discos do tamanho pretendido para a moeda. Os discos eram depois pesados, rebordados e branqueados. Somente quando este ciclo de operações estava terminado, se considerava preparada a moeda para a cunhagem. Na sequência da reforma da Casa da Moeda e Papel Selado, em 1864, foram introduzidas as prensas monetárias nesta fase. Adquiridas na Alemanha, em 1866, as prensas Uhlhorn representavam uma grande inovação sobre todos os processos anteriores (Trigueiros, 1990, p.85).

O início da década de quarenta pressagia algumas alterações na Casa da Moeda, que como já dissemos, foram essencialmente administrativas. C. Ferreira de Miranda analisou alguns pontos da reforma que se concretizou em 1845, e afirmou que nesta a parte técnica foi visada com dois intuitos: o de reduzir despesas - suprimindo pessoal, acumulando funções, e até em alguns casos deixando estas últimas por definir - e o de desenvolver o fabrico do papel selado da instituição em causa. O mesmo autor conferiu-lhe o enquadramento que transcrevemos: «Entre o sabor artesanal do Regimento de D. Pedro II, conforme ainda ao espírito das artes e ofícios dos fins do século XVIII, e uma visão técnica já inseparável da locomotiva a vapor que é a do decreto de 1864, situa-se um documento de coloração essencialmente administrativa. O primeiro foi decerto minutado ouvidos os artesãos, o mais recente fundamentado no parecer do engenheiro; a legislação de D. Maria II terá sido obra quase exclusiva do burocrata »  (Miranda, 1987, p.45).

A reforma de 1845 viabilizou um novo inventário da Casa da Moeda, e este refere efectivamente uma oficina de fundição de cobre [6] assim como o seu recheio, mas entre balanças e pesos, caixas para moldar e para areia, massetas e moldes para as réguas de cobre, cadinhos e tenazes, tesouras, martelos e malhos, foles, uma caldeira, caixotes para carvão, garrafões com água forte, balancés e sacabocados, e algum material inutilizado e sem uso, não há nem sombra das oito fornalhas que em 1837 se aconselhavam. Tão pouco se revelaram as obras referentes à fundição da prata e do ouro.

Não indagamos a razão pela qual esta alteração das instalações parece não ter sido efectuada; [7] a grave crise financeira que o país atravessara nessa altura (1834-1836) poderá ter sido motivo suficiente para travar as despesas, mesmo considerando que as reformas realizadas trariam poupança à posteriori.

Passadas três décadas a esta data, a  situação na amoedação do cobre e, de uma forma geral, toda a praticada na Casa da Moeda era considerada precária, limitada e afastada dos progressos da tecnologia : o relatório anexo ao decreto de 7 de Dezembro de 1864, que corporiza uma nova reforma da Casa da Moeda e Papel Selado, disso mesmo pretendeu dar parte. Logo no primeiro parágrafo, se afirma nesse documento: « Na fabricação monetária, há preceitos determinados, regras conhecidas, que devem ser rigorosamente postas em prática, para que este serviço atinja o grau de perfeição de que se não pode nem deve prescindir. Estamos longe deste ponto ». E continua: «Na Casa da Moeda de Lisboa os processos seguidos no fabrico estão em oposição com os princípios mais elementares da ciência, e nenhuma alteração profícua se pode estabelecer sem que primeiro se tenha reformado o material das oficinas, que além de insuficiente e antiquado, se encontra pela maior parte em estado de avançada deterioração » (cf. Ávila, 1864, p.3).

Parte das críticas avançadas e erros apontados incidiam sobre a fundição das ligas monetárias, que era feita em forjas isoladas, cada uma das quais não podia receber mais do que um cadinho. Este era um aspecto que importava particularmente corrigir, porque interferia directamente com a uniformidade das moedas obtidas da mesma liga. Para reparar esta falta, era aconselhada a utilização de fornos «com preceito» nos quais se pudessem fundir, em cadinhos de ferro batido, pelo menos 100 quilogramas de liga de cada vez, ficando por este modo substituídos com grande economia os cadinhos de plombagina que na altura se empregavam, e nos quais não era possível fundir mais que 23 quilos de metal – recomendações semelhantes às que trinta anos atrás já se tinham feito, na altura em que a instalação da máquina a vapor justificava uma completa remodelação da Casa da Moeda?

Rilheiras e forno de recoito também não escaparam à depreciação: as primeiras porque originavam barras excessivamente espessas e volumosas, a obrigarem a demasiadas passagens pelos laminadores, e o segundo porque mal construído, permitia o contacto do carvão em combustão com a liga, prejudicando-a a ponto de esta ter de ser branqueada ainda antes de se completar o ciclo da laminagem (Ávila, 1864, pp.4-5).

O autor do relatório referia um pouco mais adiante que havia perto de trinta anos que nas oficinas da Casa da Moeda funcionava o material com que nessa altura se procedia à amoedação, e era concludente na apreciação global que fazia: a Casa da Moeda fabricava mal e caro, quando o devia fazer bem e barato; os resultados da produção naquela altura não eram nada animadores: somente 40 por cento da liga monetária que entrava no cadinho saia em condições de entrar em circulação (Ávila, 1864, p.7).

E se bem que o documento em questão não seja aqui analisado em pormenor, importa referir que através dele podemos reconstituir parte do processamento tecnológico dos metais na Casa da Moeda desde a década de trinta até finais da de sessenta, que se afirma basicamente o mesmo. Assim sendo, na década de cinquenta, os metais eram processados da forma que se acabou de descrever, e submetidos à mesma situação de desajuste tecnológico em relação às exigências de qualidade. E aqui o termo metais significa ouro, prata, cobre e bronze, as amoedações realizadas na altura; a falta de legitimidade no produto da amoedação é uma característica geral, sem excepções: «Nas moedas de igual valor a uniformidade no peso e no toque é a principal condição da sua existência legal» (cf. Ávila, 1864, p.3), e é em função desta determinação que esta nova reforma procurará ser implantada.

Interessante é acompanhar o evoluir das exigências de bastecimento do cobre à Casa da Moeda, numa vizinhança temporal próxima da reforma de 1864, que trará dois anos mais tarde ( facto que já referimos aliás) a prensa monetária para a cunhagem das moedas. Os livros de compras de metais para fabrico da moeda de cobre, e os bilhetes de compras de cobre e zinco, deram-nos algumas indicações a respeito do consumo de cobre na Casa da Moeda, desde meados de 1840 a finais de 1850. Por seu intermédio, ficamos a conhecer os vários fornecedores, dos quais se destacam a família Rodrigues Belas (Luís, Francisco, Cândido e Joaquim), José Pedro Colares, Manuel José Junqueira e a casa Pemberton Hutchinson & C.ª, pelo volume e frequência das encomendas. A partir de 1846, o xadrez humano tende a modificar-se. Alguns dos nomes desaparecem, e surgem outros como José Alexandre & C.ª e António Firmo Gomes da Silva, sem dúvida os maiores fornecedores de cobre a este estabelecimento na 2.ª metade da década.[8]

Desconhecemos a origem do metal, pois as fontes consultadas pouco ou nada esclarecem, referindo apenas  o «tipo», reciclado, sem dúvida: velho, do forro dos navios, provavelmente, na maioria dos casos em barra, e em poucos, em cavilha.[9] O ano de 1847 é surpreendente em termos da quantidade de cobre adquirido pela Casa da Moeda. Sem incluirmos o cobre «comprado por miúdo», e considerando apenas o segundo semestre, encontramos cerca de 30 toneladas: quase o triplo do valor referente a todo o ano de 1841, o dobro dos relativos a 1842 e a 1843, e duas vezes e meia o valor do ano anterior. Os anos seguintes confirmam o aumento na procura de cobre, que tendia a encarecer, por parte da Casa da Moeda (ver Quadros I e II); revelam também a importância que em outros sectores, vem merecendo a questão da exploração do cobre em Portugal continental. O cobre começa a ser alvo de um verdadeiro interesse.


GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

Água-forte: ácido nítrico diluído

Arriel : barra de ouro ou prata

Cáscara: cemento enriquecido, contendo entre 68 a 80% de cobre

Cementação (hidrometalurgia do cobre): parte do processo de obtenção de cobre, que consiste na sua passagem da forma de sulfato em solução para o estado metálico, mediante precipitação com ferro

Cemento (cobre): produto obtido por cementação, constituído por uma mistura de cobre metálico, sulfato, sulfureto e óxidos de cobre e ferro, contendo em média 60% de cobre

Cisalha: pedaço, fragmento de metal

Copela: calote esférica revestida de material refractário

Fieira: máquina utilizada no trabalho mecânico dos metais, que opera modificando-lhes o perfil, ou reduzindo-lhes a secção por estiramento

Fornaça: forno de recoito, dispositivo que serve para aquecer, mas não fundir

Forno de copela: forno de reverbero com soleira côncava

Litargírio: óxido de chumbo

Macuta: moeda provincial de cobre

Pedra-de-toque: pedra siliciosa, muito dura, inerte face aos ácidos

Plombagina: grafite

Recoito: reaquecimento, recozer o metal

Rilheira: molde para vazar o metal fundido

Sacabocados: máquina de corte dos discos das moedas

Telera (Teleira, em português): meda de minério assente sobre cama de mato, preparada para ustulação das pirites

Terreiro: amontoado de minério queimado e terras destinado à lixiviação

Ustulação: queima com intervenção do ar (o termo calcinação foi considerado inadequado para esta situação, se bem que muitas vezes fosse usado em seu lugar)


ABREVIATURAS UTILIZADAS

ACM/INCM : Arquivo da Casa da Moeda/Imprensa Nacional – Casa da Moeda

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[1] A não ser talvez os caldeireiros, que a poderiam derreter, há semelhança do que já se tinha feito em épocas anteriores, nomeadamente em meados do século dezassete (Aragão, 1877, p. 24). Devido ao grande peso das moedas, e do preço do metal estar acima do valor facial respectivo, os caldeireiros lucravam em utilizar assim o cobre.

[2] Os quesitos eram oito, e iam desde a quantidade de cobre que se cunhava anualmente, aos processos de fabrico adoptados de há duas décadas a essa data, os preços das chapas de cobre, a quantidade viável para cunhar por ano a par com o ouro e a prata, a utilidade quando comparada a estes dois tipos de moeda, a sua compatibilidade com a amoedação de bronze, e a quantidade de cobre em chapas em cada arrátel para cunhar moedas de cinco e dez reis. Solicitava-se igualmente toda e qualquer informação adicional sobre o tema (ACM/INCM. Provedoria. Registo Geral. Livro 12, de 1802 a 1818 – Aviso para informar sobre vários quesitos respectivos à moeda de cobre, de 17 de Setembro de 1811, fl.135).

[3] Ver Ferraz,1998, p.23; Trigueiros, 1990, p.81 e seg., e principalmente, Mousinho, 1835

[4] ACM/INCM. Diversos. Máquinas e obras: Contratos, contas, etc, séc. XVIII e XIX, Mç 717, Submaço III : Vistorias e orçamentos para obras na Casa da Moeda – [ Relatório da comissão nomeada pela rainha (1836?) ].

[5] ACM/INCM. Diversos. Máquinas e obras: Contratos, contas, etc, séc. XVIII e XIX, Mç 717 , Submaço III : Vistorias e orçamentos para obras na Casa da Moeda - Orçamento das despesas que se tem a fazer nas novas oficinas da Casa da Moeda para ficarem em harmonia com os trabalhos das novas máquinas de amoedar, de 22 de Agosto de 1837. Este orçamento permitiu reconhecer, para a área da produção, os seguintes espaços: oficina dos abridores, casa dos laminadores, onde existiam dois fornos, a casa da fundição do ouro e da prata, a casa do forno velho, com copela, a casa de cunhar e a casa da fundição de cobre.

[6] ACM/INCM. Diversos. Inventários. Séculos XVII a XIX, Mç 719 – [ Inventário da Casa da Moeda para o ano de 1845 ]. O inventário dá também conta de uma Oficina de Laminadores, dotada de quatro desses dispositivos, com um total de oito cilindros de ferro fundido. As outras dependências contempladas neste inventário são, para além das já referidas, Oficina da Fundição da Prata; Oficina da Refinação da Prata; Oficina da Serralharia; Oficina da Máquina; Oficina do Sacabocados; Oficina do Torneiro, Laboratório Químico, Tesouraria e Cartório.

[7] Uma outra hipótese que se pode colocar, é a de se ter omitido as fornalhas no inventário referente às casas da fundição, mediante algum critério desconhecido para nós. Julgamo-la apesar de tudo pouco admissível.

[8] ACM/INCM. Tesouraria. Compras de Cobre, de 1787 a 1846: consultados os livros referentes aos anos de 1840, 2.º semestre, e de 1841 a 1845, e ACM/INCM. Metais. Compras de cobre e zinco, bilhetes, de 1847 a 1854: consultado o Mç 640 que se refere ao período até 1850. O ano de 1846 não consta dos livros de compras acima referidos, encontra-se contudo no maço 640 dos bilhetes de compras.

[9] ACM/INCM. Tesouraria. Metais. Compras de cobre e zinco, bilhetes, de 1847 a 1854: consultado o Mç 640.