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PROJETO «JOÃO SARMENTO PIMENTEL»
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ARMANDO PINTO
Armando Pinto é historiador, escritor, autor de diversas obras literárias, e cronista. Desempenhou atividade pública como dirigente associativo, foi o principal impulsionador da elevação da Vila da Longra e criador do museu local da Casa do Povo. Foi considerado o principal monógrafo de Felgueiras pelo jornal Poetas & Trovadores de Guimarães.
EM:
http://terrasdeportugal.wikidot.com/armando-pinto
 
90 Anos da revolta de 13 de fevereiro do Porto, de Sarmento Pimentel

Estava-se em 1919. Anos depois da implantação da República em Portugal, a 5 de Outubro de 1910, os apoiantes do anterior regime monárquico conseguiam restabelecer episodicamente um regime monárquico no Norte do país, em 1918, ficando algum tempo a nação dividida.

Assim sendo, a Monarquia não acabara completamente a 5 de Outubro de 1910, mas regressava numa tentativa de revivalismo, sem que o rei tenha voltado, mas com Paiva Couceiro e outros militares que o queriam de volta a conseguirem reinar entre 19 de Janeiro e 13 de Fevereiro de 1919 – no Norte. Em Lisboa e no Sul, a revolta liderada por Couceiro não vingou. Perfaz agora, a 13 de fevereiro, mais um aniversário sobre o fim de tal episódio da Monarquia do Norte, que primou pelo caricato – tal como os republicanos, os monárquicos não se entendiam entre si. Mesmo doente, com gripe pneumónica (vulgo "espanhola"), o "Capitão de Cavalaria" Sarmento Pimentel acabou por restaurar a República.

Com efeito, em finais de 1918 e princípios de 1919, voltara a haver parcialmente Monarquia em Portugal. Não em todo o País, mas no Porto e, a partir daí, por quase todo o Norte do País. A restauração, também tentada em Lisboa, a 22 de Janeiro, falhou no Sul. A Monarquia de 1919 ficou assim a ser a ‘Monarquia do Norte’, existindo acima de Aveiro e Viseu, uma espécie de ressurreição tardia do original Condado Portucalense. Na Europa, a I Guerra Mundial acabara havia dois meses e começava a conferência de paz de Versalhes. A situação do País era tremenda. Faltavam abastecimentos, o Estado estava arruinado, corriam muitos boatos, e a epidemia de gripe matava milhares de pessoas. No Porto estabeleceu-se uma Junta Governativa do Reino de Portugal, presidida pelo célebre capitão Henrique da Paiva Couceiro. Por quase todo o Minho e Trás-os-Montes voltou a haver bandeiras azuis-e-brancas. A Junta do Porto restaurou a antiga moeda (o real, através de carimbo nas notas de escudo em circulação), e a Guarda Nacional Republicana foi batizada Guarda Real. Mas o rei não regressou a Portugal e o fracasso da restauração em Lisboa desanimou muita gente. Tudo acabou a 13 de Fevereiro, precisamente onde começara: no Porto, com um contra-golpe militar.

A 13 de Fevereiro, a Monarquia acabou como começara: por um golpe militar no Porto. O seu chefe foi o capitão João Sarmento Pimentel. Apesar de doente com o surto de gripe pneumónica que grassou no país, ao tempo, aproveitou a saída de Couceiro e da maioria das tropas para restaurar a República à frente da Guarda Real, que voltou a ser a Guarda Republicana. A 19 de Fevereiro, os últimos combatentes da Monarquia deixaram Trás-os-Montes em direção à Galiza.

Como ilustração descritiva e visual desse acontecimento histórico, que teve João Maria Ferreira Sarmento Pimentel como protagonista principal, trazemos a este espaço de memória histórica alguns trechos relacionados, através duma página da "História do Porto", cidade onde se passou tal heroicidade pela Pátria, da lavra de “João da Torre” (então ainda jovem que, além da vivência em Felgueiras de seus tempos de “sangue na guelra”, a espaços com sua vida de aquartelamento militar, residia normalmente no Porto, ao tempo) e também páginas da “História de Portugal” dirigida por João Medina, com transcrições das “Memórias do Capitão”.

 
 
 
 
 
“História de Portugal” dirigida por João Medina, com transcrições das “Memórias do Capitão”. 
 
 
 
In: http://longrahistorico.blogspot.pt/2017/02/90-anos-da-revolta-do-3-de-fevereiro-do.html