JOÃO NABAIS
Parque da cidade

PARQUE DA CIDADE , uma vez mais sentado na tarde do dia

ESCREVO... como amo cada recém-nascido

PARÁBOLA

ENTARDECER…

OLHAR ESPECIAL com gardénias

SIBILO

ESCREVO… na cápsula do tempo

PARQUE DA CIDADE , uma vez mais sentado na tarde do dia

Os primeiros grandes dias de junho

prolongam a luminosidade solar

até ao horizonte indefinido

fortemente tingido de azul-anil

 

as cores e os pequenos instantes de contraluz

desenham a copa das árvores e as casas

onde habita o silêncio das sombras

escondidos os segredos das crianças

na penumbra da cal

 

pelo parque da cidade

pares de namorados

e mulheres sós passeiam cúmplices

duma multidão de animais de estimação

 

sem quebrar a maciez impressionista do canto da cotovia

o efeito doppler ressoa no grito obstinado de uma ambulância

a transportar novos vírus da civilização

 

sem o lume do verso

cai o último clarão no pano do dia

em breve a tarde sossega

se pressente o vazio da luz