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BRANCA MARIA DE PAULA
O Salvador

Então ele me tocou e eu fiquei curada.

O véu da cegueira se rasgou e eu vi : o tisnado da pele, o veludo dos olhos . A saturação do melado : rapadura batida e rebatida - calor absoluto.

Os lábios exatos - café claro e duas pitadas de chocolate .

Evoco antílopes, tigres, esquilos .

Meu sorriso rompe o gelo, já não dói.

Meus braços vencem o mármore, já não sou uma estátua .

Levanto e abro as vidraças .

Ensaio passos de uma nova dança, ouvindo uma música que não sei se toca. Porque ele me assiste.

Fevereiro 2003