VII Colóquio Internacional
"Discursos e Práticas Alquímicas"
LAMEGO - SALÃO NOBRE DA CÂMARA MUNICIPAL
22-24 de Junho de 2007

Helena Langrouva & Eduardo Langrouva
Revisitando Casablanca de Michael Curtiz (1943)
- Ficção fílmica e alquimia do feminino-

Introdução

O cinema é uma das artes por excelência para a expressão da alquimia do feminino, através de personagens, pelo próprio tratamento da imagem cinética, pela organização e articulação das sequências, o valor que cada imagem propõe, no plano do écran e no plano da diegese ou ficção do discurso fílmico, através, por exemplo, de grandes planos, de planos aproximados, americanos ou médios. Não é alheia a importância da iluminação como ambiência e como efeito; da cadência ou velocidade do número de imagens por segundo; da panorâmica, dos travellings ou movimentos da câmara de filmar.

Baseado numa peça de Murray Burnett e Joan Alison, o filme Casablanca , com música de Max Steiner, canções de M.K.Jerôme e Jack Schal, realizado por Michael Curtiz, em 1943, durante a segunda guerra mundial, continua a ser um filme de referência para gerações passadas, com inúmeras vertentes e possíveis abordagens, incluindo o que poderíamos chamar a transmutação do feminino e pelo feminino, quer no plano da imagem, quer no plano da ficção fílmica.

Propomos uma abordagem em simultâneo de aspectos da ficção fílmica, de alguns grandes planos da personagem feminina central, ILsa Lund (Ingrid Bergman), de algumas cenas e de alguns episódios inseridos em sequências do filme Casablanca, para vermos a importância da transmutação do feminino em irradiação luminosa que acaba por se reflectir na já pré-existente elevação de espírito, nobreza, luta por grandes ideais humanos, das personagens masculinas principais – Richard Laine (Humphrey Bogart) e Victor Lazlo (Paul Henreid) - que inesperadamente e por causa da guerra convergem, em épocas diferentes, no encontro com a jovem sueca Ilsa Lund, ficando todos próximos de um potencial triângulo, até sucessivos reconhecimentos e decisões conducentes à solução melhor para os três. Veremos a importância desse feminino luminoso na evolução do próprio filme cuja acção se situa também na mesma época da segunda guerra mundial, da ocupação alemã em França, das perseguições da Gestapo, dos campos de concentração, da fuga para a América via Casablanca – em Marrocos de língua francesa .Veremos a importância da construção, em particular, de grandes planos de Ilsa Lund, em cadência muito mais lenta, convidando o espectador à meditação, à pausa, à lenta tomada de consciência, à fruição da beleza, de sentimentos nobres, da alquimia do seu próprio feminino, no conjunto desta obra.

INICIATIVA:
Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa (CICTSUL)
Instituto São Tomás de Aquino (ISTA)
www.triplov.org

Patrocinadores:
Câmara Municipal de Lamego
IDP - Complexo Desportivo de Lamego
Junta de Freguesia de Britiande
Paróquia de Britiande
Dominicanos de Lisboa

Fernanda Frazão - Apenas Livros Lda
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