A. de Almeida Fernandes
Alguns sonetos cristãos
A vide e as varas...
«Eu sou a vide verdadeira, e Meu Pai é o agricultor.
Todas as varas que não derem fruto em Mim tirá-las-á». (S. João, XV 1-7)

Só presa na videira pode a vara,
que dela haure o alento, dar seu fruto.
Também na nossa Vida é corte abrupto
separá-la d'Aquele que a resgatara.

Em vez de Vida, tem-se a eterna morte
— desfecho irreparável de uma perda
de Sangue divinal, do qual se herda
a sempiterna e mais ditosa sorte.

Jesus — Ele próprio — à vide se compara;
e diz-nos varas Suas, que a Si elara
para não secarem e não as dar ao fogo...

Mas que lho peçam; e, dizendo isso,
exige que ninguém seja remisso
se a Sua graça lhe atender o rogo.


Ecos da Meadela, 1 (7), Junho 1984

OBRA POÉTICA
de
A. de Almeida Fernandes

Organização e prefácio de Alberto A. Abreu

Viana do Castelo . Junta de Freguesia da Meadela
2000