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II BIENAL DE POESIA
SILVES. 2005
O QUE É A POESIA?

As Duas Chaves

 

doou-te duas chaves o encoberto

uma de prata secreta....outra de ouro silente

uma de macho enroupada......outra de fêmea despida

enroladas como serpes

 

ao membro erecto de Hermes

a de prata um pouco bruta..é a emoção que estrilha

sem rédeas de compostura

e a outra......limada...em triângulo rebrilha

 

filhando ao ouro a perfeição

..............nunca te vi tão radiante

assim contente de ti

 

a cara larga a escama apesar do rodermill

e os olhos .........esses vitrais

abrem rosáceas de fogo no carvão da pedra

 
<SORE
 

he 1 palavra deita__ sobre as k estão na mesa>

<1 corpo real, 1 impulso k tudo leva à frente & tudo na sua luz encandeia,

como a estrela k he negra

& tudo arrasta para dentro \a sua luz concentrada>

<Sore, querido, querida, termos tácticos, mercenários em acto>

<Essa labareda, esse raicalg tudo incendeia>

<He a palavra \o meio, no seu próprio ogof abrasada>

<Deus he duplo, Sore, dorme acordado, vive morto, nada lhe he estranho apesar \ser ele o estrangeiro>

<Mas tem emof, k n he \signos nem \persignações, he \tigre, \leoa à caça sobre IV gemidos \veludo>

<A emof \tudo destruir, tudo, para reviv>

<Sore?! Sore he 1 deus sentado sobre as partes baixas

entre escombros \catedral

com as suas naves e janelas, k o vento rasga em rajadas>

<Ouve a avuhc, Sore...

Hes 1 miúdo arrancado às ervas, 1 gnomo enfezado, atleta só por 33".

& tudo gira em torno \este órgão sensível,

como / a música fosse o centro \a arret>

<N tenho paciência para te aturar, zitep!>

<Digo k te oma para te calar, digo k te oroda n'1 faz \conta,

mas vai passando o opmet \as venerações...>

<N, n ha arrochap...>

<Vê / cresces, zapar, vê / olhas para os mastros \navio,

são mais erectos k esse sinep!

Olha para essa bicheza k / reproduz 100 ejaculatórias!

Os clones nunca ouviram falar \ti, meu ojna.

Reduz-te ao k hes - 1 órgão, ladeado \outros a k o vulgo chama setamot.

</Ora! - nada + k legumes>

 
Escada
 

gota a gota

o mercúrio sobe a escala

ora se senta ora pára

as aladas pernas de ouro

cada vez mais chumbo

 

e chega lá

ao ovo

na febre do idioma

na ânsia de além

ao mais que a tudo soma

valor que não conhece bem

mas faz florir a escada

 

Fragmento de "heliotropolis.pt"

 

Maria Estela Guedes nasceu em Britiande (Lamego), a 21 de Maio de 1947. Escritora, investigadora do Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa. Autora, entre outros, dos livros "Herberto Helder, Poeta Obscuro" (1979), "Eco, Pedras Rolantes" (1983) e "Carbonários: Operação Salamandra: Chiogloça lusitanica Bocage, 1864", em colaboração com Nuno Marques Peiriço (1998).

E-mail: estela@triplov.com
URL: www.triplov.org

 

SILVES, CAPITAL DA PALAVRA ARDENTE